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Vitória 2016: Do pseudoprotagonismo à real decepção

Promessas não cumpridas, futebol pífio e posturas questionáveis.Contradições da diretoria contribuem para afastamento do torcedor ao Vitória.

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Foto: Reprodução

Não existe sensação mais apropriada para a torcida do Vitória atualmente que decepção.

Iludidos com uma campanha questionável que rendeu o acesso à Série A, e um título baiano sem sobras diante do rival em crise, o torcedor rubro-negro acreditou na promessa da diretoria de que o protagonismo seria uma marca da equipe nas competições nacionais em 2016.

Mas não é bem o que estamos vendo. Eliminado na última quarta-feira na terceira fase Copa do Brasil, diante de um Cruzeiro afundado na zona de rebaixamento do Brasileirão, de onde o Vitória está a apenas dois ponto de distância na tabela, a equipe expõe cada vez mais suas deficiências nos jogos, consequências de mais um ano de um futebol claramente mal planejado.

Foto: Francisco Galvão/EC Vitória
Foto: Francisco Galvão/EC Vitória

A diretoria, aparentemente preocupada com as eleições que se aproximam, desconversa sobre todas as feridas do limitado elenco rubro-negro, ocupando desavergonhadamente os canais de comunicação do clube com ações que vão da visita do presidente Raimundo Viana a torcedores no estacionamento do Barradão ao mesmo executivo plantando grama nos campos do CT, além de apostar em obras no patrimônio – incluindo a eterna promessa da modernização do Barradão.

O projeto, a propósito, tem sido alvo de críticas de conselheiros que acusam o vice-presidente Manoel Matos de restringir seu elaboração. O cartola, por sua vez, diz que se dedica ao projeto diariamente e garante haver empresas interessadas no investimento. Na última semana o esboço do novo estádio foi apresentado ao prefeito Salvador, ACM Neto, e na última segunda (25), a alguns conselheiros chegados à cúpula.

Ao mesmo tempo da tal apresentação, realizada com um café da manhã em um dos principais hotéis da capital baiana, mortais torcedores lamentavam nas redes sociais mais uma derrota do time de Vágner Mancini, dessa vez para o Santos, em pleno Santuário. Entre revolta por erros de arbitragem – que, para a torcida, não são questionados com veemência pela diretoria – e pela atuação pífia de alguns atletas, viu-se desabafos de torcedores fiéis que alegam não se sentirem mais motivados a frequentar o Barradão e acompanhar o dia a dia do Leão da Barra.

As perguntas, no fim das contas, são muitas. Por que o Vitória não é um dos protagonistas nesse Brasileirão, que o mais equilibrado dos últimos anos? O que a diretoria entende como protagonismo? Qual era prioridade pra 2016, um bom elenco ou um novo estádio? Já as respostas se perderam em meio à contradição do que é dito e do que é feito pela atual gestão rubro-negra. E junto com elas se perdem torcedores, se perdem oportunidades e, se houver coerência, se perdem eleições. Filosofando, a derrota do amanhã tende a ser o justo preço da decepção de hoje. Não digam que não avisaram.


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3 COMMENTS

  1. Se não fosse plágio, copiaria e colaria seu artigo aqui. No entanto, posso dizer que concordo em gênero, número e grau com tudo que você inteligentemente escreveu, traduzindo o que muitos torcedores gostariam de expressar ! ! !

  2. Sem dúvida!
    Uma triste gestão de uma corrente que se arrasta há mais de uma década, sem grandes jogadores, grandes elencos de décadas passadas, sem identificação com o torcedor, sem verdades, sempre encobertas com cláusulas de confidencialidade não citadas em época eleitoreira, sem sonhos possíveis, com pés no chão sem levar há lugar algum, com falsas promessas em cadeia nacional de grande copa do Brasil e brasileirão…
    Comecei a torcer por este clube aos 6 anos, com Arthurzinho no ataque, vi e senti na pele a emoção de acompanhar craques que nos impulsionavam para o cenário nacional e Internacional, Bebeto, Aristizabal, Petckovic, Flávio Maestri, a seleção de 93, Tulio, Esquerdinha, Fernando, Chiquinho, Russo…hoje eles conseguem entregar Alipio, Vander, Ramallo, zaga de serie B, José Welisson, Norberto…além de dizer que o torcedor tem que comparecer mais. Como a grande escritora “…que saudade tenho da aurora da minha vida…”.

  3. O Vitória se manteve na série A de 1993 a 2004, ou seja, 12 anos seguidos, com boas campanhas em 1993 (vice campeão) e 1999 (terceiro colocado). Contudo, desses doze campeonatos, dois foram disputados no formato de pontos corridos, e o Vitória só se manteve na elite durante duas edições, 2003 e 2004, quando caiu. Depois disso engrenou um efeito sobe e desce. Por que o clube não consegue se estabilizar na elite na era dos pontos corridos?