Início Colunas O Corneteiro De 1899 a 2016: um nome eternizado na história

De 1899 a 2016: um nome eternizado na história

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Em um fim de tarde do dia 13 de Maio de 1899, em um luxuoso casarão do século XIX, jovens aristocratas da então cidade do Salvador resolveram se reunir para realizar o nascimento de uma das maiores instituições esportivas do Brasil: Vitória, que leva o nome em homenagem ao bairro onde fora concebido.

Eis os jovens: Arthêmio Valente e Arthur Valente, Adolfo Irineu dos Santos, Alberto Teixeira, Antônio Almeida, Antônio Guimarães, Augusto Francisco Lacerda, Carlos Carvalho, Carlos Teixeira, Herbert Filgueiras, Joaquim Costa Pinto, Joaquim Chaves, Jorge Wilcox, Juvenal Teixeira, Leobino Cavalcante, Octávio Rabelo, Pedro Almeida, Quintino Ferreira e Fernando Koch. Esses foram os responsáveis por fundarem o Club Crícket Victória naquele dia chuvoso. Os responsáveis por criarem algo por quem milhares de pessoas iriam se apaixonar.

[Leia mais sobre a fundação do Vitória clicando aqui]

Não falarei sobre a criação e os rumos que aquele clube de críquete tomou até se tornar o Esporte Clube Vitória.

Foto: Marcello Góis/Arena Rubro-Negra
Foto: Marcello Góis/Arena Rubro-Negra

Falamos do crescimento desse amor que toma conta de milhares de rubro-negros apaixonados, espalhados pelo Brasil afora.

E não é qualquer “paixonite”. É algo que ultrapassa o entendimento, a razão.

Na cultura, o 13 de maio sempre foi algo místico. É o 133º dia do calendário moderno (o gregoriano) e por conta dessa numeração, supersticiosos e ordens esotéricas afirmam que esta data representa a proporção áurea, ou seja, tudo que há de mais belo, místico e perfeito pode ser observada. A História nos conta sobre a abolição da escravatura no Brasil de forma oficial (algo libertador), nos conta que foram em datas como 13 de maio que diversas aparições da “Virgem Maria” aconteceram. O milagre de Fátima em Portugal também foi num 13 de maio. Estaria o Vitória inserido nessa misticidade?

Se está, a ciência e a filosofia ainda não sabem. O que sabemos é a força que o nosso clube pode ter. Em seus 117 anos de vida, presenciou fatos marcantes, passou por processos que mexeram em sua estrutura, caminhou por várias vertentes e até hoje se mantém em pé, com o apoio incondicional de seus amantes: a torcida. Torcedores que se apegam a fé e fazem juras e promessas ao time. Que fazem de tudo para acompanhar o seu clube.

Aquilo que começou com jovens da elite baiana, hoje é erguido pela população de todas as etnias e classes, unidos por somente apoiar e amar o Vitória. Muitos ainda não entendem que é preciso aproximar a torcida, o povo, ainda mais com o clube. Hoje o Vitória não pode ser somente de um grupo de um luxuoso casarão, fechado para si. Os tempos são outros. O casarão deve dar abrir suas portas e janelas, o grupo deve deixar de existir e dar lugar a uma torcida de peso. É o que podemos chamar hoje de DEMOCRACIA. O anseio pela abertura e eleições diretas.

Estamos na série A, o mais alto escalão do futebol brasileiro atualmente. Fomos campeões baianos. Estamos com uma boa expectativa para a temporada e cada vez mais a sensação de um título nacional aumenta. Apesar de tudo isso, o Vitória tem o que melhorar ainda.

Os parabéns não vão só para o Vitória, mas vai pra torcida: desde aquele primeiro senhor que foi ver uma partida em meados de 1902 no antigo Campo da Pólvora até aquele garoto que foi pela primeira vez no Barradão no último BaVi, onde ambos sorriram e viram o time ganhar por 2 x 0. Daquele tempo até hoje, o sorriso em ver o Vitória ainda deve continuar. Uma coisa que o tempo nunca apagará é o seu nome na história.

Parabéns Vitória. Parabéns meu amor.


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