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À espera de um maestro

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É parafraseando o nome do filme  “À espera de um milagre” de Frank Darabont baseado no livro de Stephen King que colocamos o torcedor do Vitória no lugar do protagonista Michael Clarke Duncan, mas, porém, esperando apenas um meia clássico que seja a cabeça pensante do time para disputar o Campeonato Brasileiro de 2014. Que seja o camisa 10 rubro-negro.

Quando lembramos que o Vitória é um dos maiores celeiros de jogadores bem-sucedidos parece até que a missão não é difícil mas, na posição, o Leão não tem histórico de grandes revelações.

Aliás, pensando bem, o problema não é exclusivo do Vitória. No futebol nacional podemos destacar poucos surgimentos de jogadores com essas características. É só lembrar que em 2013 os veteranos Paulo Baier, pelo Atlético Paranaense, Ronaldinho Gaúcho, pelo Atlético Mineiro e Alex, que defendeu as cores do Coritiba foram os principais destaques na competição nestas posição. Até a Seleção Brasileira comandada por Luiz Felipe Scolari tem sentido essa carência por falta de novas opções, o que faz o torcedor clamar pelos nomes citados acima ou pelo meia Kaka que há muito não tem mostrado um bom futebol.

Voltando para o reduto doméstico, existem dois nomes de fácil lembrança e que encantaram o futebol baiano nos últimos tempos: Ramon Menezes Hubner, apelidado de Reizinho da Toca e o sérvio Dejan Petković, mais conhecido como Pet.

Ramon Menezes começou a sua carreira no futebol mineiro e jogou no Vitória entre os anos de 1994 e 1995, retornando entre 2008 e 2010 e encerrando suas atividades pelo clube ainda em condições de mostrar a sua maestria com a bola; hoje atua como auxiliar-técnico do Joinville de Santa Catarina. Ramon fez 126 partidas pelo time baiano e marcou 39 gols

Já Petković o torcedor leonino conheceu na goleada que sofreu contra o Real Madrid em 1997 por 5 x 1, quando o clube disputou uma mini-competição internacional, onde o time participou como convidado.  O então presidente Paulo Carneiro seguia mostrando o seu bom trabalho como gestor e não pensou duas vezes ao trazer o gringo, por empréstimo. Pet ficou no Vitória de 1997 até o ano de 1999 e vestiu o manto rubro-negro em 90 partidas, balançando as redes adversárias em 59 oportunidades.

Ambos jogadores tomados como referencia  têm características similares e esperadas de um autentico camisa 10: ser o cérebro do time, capitão, imprimir velocidade ou diminuir o ritmo da partida no momento certo, saber colocar a bola onde e como quiser, além de ser um jogador decisivo no momento em que o time mais precisa.

Desde 2010, última passagem de Ramon no Barradão, que o Vitória não tem esse jogador. A diretoria tentou com Lúcio Flávio, tentou Geovanni, apostou em Camacho e não acertou em nenhuma das contratações. A situação é tão complicada que faz o torcedor sentir saudades do contestado Renato Cajá que esteve no Vitória em 2013.

Só lembrando aos rubro-negros que Escudero é de fundamental importância dentro do esquema tático do professor Ney Franco, tem características “similares” ao do camisa 10, mas ele não é esse jogador. Ele é apenas o complemento que qualquer treinador precisa dentro de um time forte. Digamos que o argentino seria o companheiro do camisa 10.

Uma das últimas esperanças oriundas da base seria o Arthur Maia, mas após inúmeras oportunidades não aproveitadas ele segue a sua carreira como jogador de futebol na equipe do América-RN. Lá ele tem até mostrado o seu valor. Talvez não tenha rendido aqui pela responsabilidade e pressão de vestir a camisa de um time de maior tradição como o Esporte Clube Vitória. Menção honrosa também para os jogador Pedro Ken que, mesmo não sendo o tal maestro, chegou perto e desempenhou bem a sua função enquanto esteve no clube, mas não tirou dos leoninos a saudade de um camisa 10.

Com a saída de Raimundo Queiroz, após a não conquista do Campeonato Baiano, a  missão desse garimpo ficará por conta do novo gerente de futebol Felipe Ximenes. Claro que não depende exclusivamente dele, mas também das condições financeiras que o clube colocará à disposição para que o gestor possa trabalhar. Se a busca desse jogador já não é fácil para times com grandes orçamentos, imagina para o Vitória que tem arrecadações mais limitadas.

Enquanto isso, a torcida do Leão ver a tão buscada maestria oscilar entre a camisa 8 de Pedro Ken, a camisa 11 de Escudero e até pior, ver a camisa 10 passar de “mão em mão”, como Marquinhos, Cáceres, José Welisson, Felipe, Willie, Willian Henrique, e sabe lá quantos mais vestirão até a chegada do verdadeiro merecedor.

Colaborou Tiago Di Araújo*


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