Início Entrevistas Atualmente no ASA (AL), Alan Pinheiro projeta retorno ao Vitória

Atualmente no ASA (AL), Alan Pinheiro projeta retorno ao Vitória

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Há cerca de um mês, o atacante Alan Pinheiro, revelado nas divisões de base do Esporte Clube Vitória, deixou o clube rubro-negro rumo ao ASA de Arapiraca (AL). A transferência atendeu a um pedido do próprio diretor de futebol do time alagoano, acertando com o atleta para sequência da 3ª divisão do Campeonato Brasileiro até o final de 2014.

Alan Pinheiro se destacou nas divisões de base ao participar da campanha que levou o Vitória às semifinais do Campeonato Brasileiro Sub-20, em 2010, e do título da Copa do Brasil Sub-20, conquistado em 2012. Mas, não conseguiu dar sequência ao bom desempenho no elenco profissional.

Em entrevista exclusiva ao Arena Rubro-Negra, o atacante falou sobre o novo momento da carreira e não escondeu o desejo de se destacar vestindo a camisa do Vitória. Confira o bate-papo com o atleta na íntegra.

Arena Rubro-Negra – Alan, o Vitória sempre foi um famoso revelador de atacantes e meias, visto Alex Alves e Paulo Isidoro que foram vice-campeões brasileiros após disputarem uma Copa SP no mesmo ano. Nos últimos anos o clube tem tido dificuldade de revelar atletas para estas posições. Em sua visão, qual o motivo desta decaída de jogadores ofensivos? O futebol na base tem se tornado mais defensivo?

Alan Pinheiro – Na verdade, não é uma decaída. Considero que a base do Vitória tem revelado bons nomes para seu ataque. Não podemos comparar uma geração com a outra. Cada uma tem suas conquistas e méritos. Mas acho que a base do Vitória tem ótimos nomes em seu setor ofensivo. Talvez essa preocupação defensiva tenha inibido um pouco o futebol ofensivo, mas ainda acho que, pelo menos na base do Vitória, há uma boa geração ofensiva.

ARN – Alan, como cria do Vitória, você acha que o clube não lhe deu às oportunidades devidas pra jogar?

AP – Não vejo por esse lado. Cada jogador vai ter seu tempo no clube. Vou ter o meu também, sem nenhuma dúvida. Esse é o meu maior desejo: vestir a camisa do Vitória e conquistar títulos para o clube. Estou bem e amadurecendo a cada temporada. Tenho certeza que quando chegar a minha hora vou fazer de tudo para agarrar a chance.

ARN – O Vitória conquistou um título jamais conseguido em sua história, que foi a Copa do Brasil Sub-20, a qual você também participou. Naquela campanha Mansur, Salustiano, Gabriel e você foram os maiores destaques, mas hoje o torcedor pega demais no pé de vocês. Falta paciência da parte da torcida ou a responsabilidade de jogar no time profissional atrapalha em alguns momentos?

AP – Não penso desta forma. A torcida tem o direito de cobrar e nós temos que encarar isso com naturalidade. Se há uma cobrança é pelo fato do clube, historicamente, revelar sempre grandes jogadores. A Copa do Brasil Sub-20 foi boa para aquele grupo, que agora tem que provar seu valor no futebol profissional. Temos que fazer nossa parte para o torcedor apoiar, mas precisamos entender as críticas também.

ARN – Em 2013, você foi emprestado ao Ceará e ao Kawasaki Frontale, do Japão, e atualmente atua no ASA. Estes empréstimos realmente ajudam na evolução do jogador, ou acredita que ter apoio dentro do clube em que foi formado é mais importante?

AP – Fui emprestado para estes clubes que citou e em todos procurei aprender muito. Cada experiência me ajudou a crescer profissionalmente. Sou um jogador que procura escutar e evoluir. O Vitória sempre deu apoio aos atletas da base. Não podemos reclamar disso. Lógico que sabemos da nossa responsabilidade e o quanto temos que render para vestir uma camisa tão importante como a do Vitória.

ARN – Alan, qual é a sua real posição? Atacante de beirada, centroavante ou meia?

AP – Gosto de atuar mais avançado, como atacante mesmo, mas não tenho nenhum problema em recuar para jogar como meia. Tenho essa característica da versatilidade. Gosto de estar em campo sempre ajudando, independente de onde for colocado. O jogador tem que estar preparado para tudo.

ARN – Alan, em 2014 o Vitória apostou altos nos atletas da base, tanto no Campeonato Baiano quanto no começo do Brasileiro, com isso muitos têm a ideia de que a base foi promovida de forma precipitada. Como você, os outros garotos criados no clube têm lidado com isso?

AP – Como disse anteriormente, é importante encarar isso com naturalidade. O Vitória prepara o jogador para estar pronto quando precisar. Quando houve essa maior utilização de jogadores da base, no início do ano, o clube viu a necessidade disso e nos colocou para jogar. Faz parte e precisamos estar prontos sempre.

ARN – Qual dos jogadores profissionais do atual elenco do Vitória conversa e passa mais confiança para vocês, oriundos da divisão de base?

AP – Procuro sempre ter um diálogo com jogadores experientes. Me ajuda a crescer profissionalmente. É a questão da confiança mesmo. O atleta mais jovem precisa desse diálogo, principalmente nos momentos decisivos.

ARN – Alan, você sempre foi titular nas equipes de base, inclusive no título da Copa do Brasil Sub-20, em 2012. No entanto, ainda não conseguiu conquistar seu espaço no elenco profissional. Qual a maior dificuldade da transição do time de base ao principal?

AP – Claro que há uma diferença entre o futebol de base e profissional. Uma diferença grande, mas procurei me adaptar o mais rapidamente a isso. Treinadores como Ney Franco gostam de utilizar a base e isso ajuda muito. Ele me ajudou a evoluir quando trabalhamos juntos. Espero ajudá-lo quando retornar deste empréstimo ao ASA.

ARN – Quais são os planos de Alan, para garantir uma oportunidade no Vitória?

AP – Muito trabalho. Tenho que aproveitar a boa fase que estou vivendo no ASA para crescer e retornar pronto para ser titular do Vitória, que é meu grande sonho. Vou fazer de tudo para isso acontecer. Mas, primeiro, tenho que ajudar o ASA subir para a Série B nesta temporada. Esse é o meu foco hoje.


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