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O primeiro Ba-Vi a gente nunca esquece

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Só sabe a emoção do verdadeiro futebol quem, pelo menos uma vez na vida, se fez presente num grande clássico.

A realidade é que o futebol brasileiro nos últimos anos tem perdido cada vez mais a sua emoção. Tornando-se um campeonato chato, monótono e com poucas surpresas, o Brasileirão da Série A, principalmente – afinal, o da segunda divisão ainda tem um pouco de emoção -, só consegue ser um “teste para cardíaco”, como já dizia um estimado narrador, na reta final – quando não se tem no topo um time com larga vantagem – e, claro, quando acontecem os famigerados clássicos do futebol nacional. Fla-Flu, com Flamengo e Fluminense, e Gre-Nal, com Grêmio e Internacional, são alguns dos embates mais emocionantes que corriqueiramente acontecem na elite do Brasileirão. Porém outro clássico que há 10 anos não se repetia no torneio é o maior do Norte e do Nordeste deste país tupiniquim: trata-se do Ba-Vi, realizado entre o glorioso Esporte Clube Vitória e o seu arquirrival Esporte Clube Bahia.

Mas imagina a sensação de estar na arquibancada? Independente do lado, mas estar lá? Prestigiar aquilo? Aquela tradição de ambos os lados em campo? A história? Deve ter sido assim que o nosso primeiro personagem real do nosso especial Ba-Vi 10 anos deve ter se sentido. Marcello Góis, que atualmente é redator aqui no Arena Rubro-Negra e Assessor de Comunicação na Secretaria Municipal de Saúde, é quem vai nos contar o que aconteceu de emocionante e inesquecível naquele Ba-Vi que era o primeiro da sua vida.

Foi o primeiro Ba-Vi que fui na minha vida: na Fonte Nova, dia 17 de outubro de 2001, primeira fase do Campeonato Brasileiro 2001. O placar foi 1 a 1. – afirmou o rubro-negro.

Ir da Liberdade até a Fonte Nova andando? Mas para Góis a expectativa era tão grande que isto não seria nada demais:

Na noite anterior, eu não consegui dormir, inclusive. Comprei o ingresso no dia do jogo e como morava na Liberdade, fui andando pra Fonte. Lembro-me como se fosse hoje que eu estava muito inquieto. – falou saudosamente.

Segundo o nosso guerreiro, a imagem que mais lhe marcou naquele Ba-Vi foi o choro de uma torcedora rubro-negra:

Ao longo desse jogo, uma torcedora cativa do ECV (que não sei o nome dela, ela ia com a cara pintada, e não é Rosecleide), chorou copiosamente na hora do gol, aquilo foi marcante pra mim. Cena linda e inesquecível demais.

E a emoção que foi convertida, digamos, em provocações…

Como fui andando da Liberdade para a Fonte Nova, na ocasião, fui provocado por diversas vezes, e como sempre fui ousado, retrucava as ofensas. – disse.

De técnico, todo torcedor tem um pouco. E então, Marcello, o que você mexeria no Vitória naquela partida?

Como Valdir Espinosa era burro que só, faria o seguinte: Tiraria Valdson, que estava nervoso, e colocaria outro zagueiro. Os indícios de uma expulsão eram certos. – subestimou.

O Ba-Vi em questão, onde o placar foi de 1 a 1, aconteceu no Campeonato Brasileiro da primeira divisão. Na ocasião, os gols foram marcados por Valdson, do Vitória, e Nonato, do rival. No mesmo jogo, ocorrem duas expulsões, sendo uma para cada lado (Valdson, autor do gol rubro-negro, e Carlinhos Paulista, do Bahia). Durante toda a partida, não sobrou provocação para os dois times.

E depois da partida ficam as lembranças (e os pontos):

[…] comentei com meu pai os lances do jogo, recordando todos os momentos daquela ocasião épica para mim. Tenho até hoje o ingresso guardado.

Momento Dinah: quais as suas apostas para os dois Ba-Vi de 2013 no Brasileiro, Góis?

Como tecnicamente somos superiores, acho que temos plenas condições de vencer os dois jogos. Para o jogo deste domingo (21), arrisco 3 a 1 de virada, e no segundo, 4 a 0 está de bom tamanho. – concluiu.

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Esta é a primeira matéria do especial Ba-Vi 10 anos – Elite sem Ba-Vi. Até a próxima com o ilustre rubro-negro Fernando Baía, ex-percussionista da banda Tihuana.


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