O fim da novela argentina que envolvia entre os protagonistas a diretoria do Esporte Clube Vitória, os atletas Maxi Biancucchi e Damián Escudero e os seus respectivos empresários, trouxe à tona uma nova postura da diretoria rubro-negra: a de tratar o clube em primeiro lugar – pelo menos em relação a negociações com jogadores.
Como evidenciado na matéria O todo poderoso Alexi, publicada neste Arena Rubro-Negra em novembro, a política “pés no chão”, marca do ex-presidente Alexi Portela Júnior, levou o gestor e o próprio Vitória a patamares de destaque no cenário brasileiro.
Com uma quinta colocação inédita de um time do nordeste no Brasileirão de pontos corridos e uma disputa direta à uma vaga na competição mais importante das Américas, o Vitória respondeu a todos os vexames que sofreu durante os 8 anos da gestão Alexi Portela, como a nítida parcialidade da maioria imprensa ao rival local, o desrespeito por parte da própria imprensa e afins ao ampliar a divulgação do escudo modificado e depreciativo do clube e tantos outros. A Fonte Nova, que também esteve entre as que desrespeitaram o rubro-negro, pagou com a dor de cotovelo em ver goleadas históricas em seu gramado e também em não ter a preferência da torcida e da diretoria rubro-negra em sediar os seus jogos, sendo trocada pelo humilde estádio de Pituaçu.
Contudo, os resultados dentro de campo que respondem a todas as manipulações do lado de fora foram conquistados com muita calma e “pés no chão”. Hoje o Vitória pensa somente no seu próprio benefício. Haja vista o fim da tal ‘novela argentina’ decretado na manhã de hoje: o adeus ao artilheiro Maxi Biancucchi, que não conseguiu chegar a um acerto com o Leão.
Desde o começo o ainda presidente Alexi Portela afirmava: – Não vamos entrar em leilão por nenhum jogador. Seu afilhado e atual presidente, CarlosFalcão, manteve a promessa. Biancucchi foi o principal destaque da equipe em 2013, sem dúvidas, mas nenhum empresário pode impor suas vontades diante de um clube. E apesar da sua importância e da sua vontade declarada de permanecer em Salvador, Falcão prova que o Vitória está maduro e se mostra maior que qualquer atleta (e empresários) e suas imposições. Como diria o Chiclete com Banana em uma de suas canções, “Valeu, foi bom, adeus!”.
Perder na queda de braço para o Vitória parece ter chateado o empresário de Maxi Biancucchi, Régis Marques. Ele que por diversas vezes alegou em seu twitter que as dificuldades para a renovação do atleta eram impostas pela diretoria rubro-negra, hoje afirmou ao Globoesporte.com que o Bahia havia oferecido proposta e ela poderia ser aceita. A notícia foi recebida, obviamente, em tom de ironia. Maxi atualmente é sondado pelo Palmeiras e pelo futebol japonês.
Escudero – Em contrapartida à perda do vice-artilheiro da equipe na temporada, o Leão está garantindo a permanência do meia Damián Escudero, tido como jogador fundamental nas articulações de ataque do clube em 2013. Alguns setores da imprensa local e também da imprensa argentina já dão a negociação como fechada. Outros nomes estrangeiros também estão na mira do rubro-negro, como o do atacante paraguaio Pablo Zeballos e do volante argentino Mário Bolatti.
Priorizando o que considera importante e fechando as portas para o que não seja lucrativo o Vitória levanta sua guarda e impõe o seu respeito. Superar a permanência de um considerado ídolo foi só o começo: em 2014 o Leão terá muitos embates para provar para si e para todos que se vê em primeiro lugar. A propósito, Pituaçu versus Fonte Nova, aí vamos nós.
Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória