Oito. Essa é a quantidade de jogadores do Vitória que iniciaram a última partida de 2013 e ainda seguem no Leão. Daquele jogo contra o Atlético, apenas a zaga titular não está mais no clube, além do primo de Messi
Houve o interesse por parte da diretoria em manter a base que fez um Brasileirão excepcional, o que foi conseguido quase com perfeição, exceto pelos defensores. Victor Ramos foi para o México e Kadu recebeu proposta do futebol português, obrigando o Vitória a montar uma nova defesa para 2014.
Sendo essa a grande necessidade, a diretoria correu atrás. Primeiramente chegaram aqueles que estavam nos planos já em 2013. Dão veio da então promovida Chapecoense, após negociações frustradas ano passado. Rodrigo Defendi, que no início de 2013 preferiu o Botafogo ao Vitória, foi reserva durante todo o ano no alvinegro carioca, sendo então reforço do leão para 2014.
A segunda parte dos reforços seguiu linha diferente das frustrações de 2013. Ferrari, peça chave num All Boys que vem crescendo na Argentina, foi observado pelo setor de inteligência e contratado dentre uma lista de zagueiros estrangeiros. O outro reforço da defesa é um conhecido. Luiz Gustavo era reserva na partida citada contra o Atlético e, terminado o empréstimo, voltou ao Palmeiras. Porém, o jovem jogador continuava fora dos planos do time paulista para 2014, retornando ao Vitória.
Com tantos nomes novos, era necessário dar entrosamento e confiança ao sistema defensivo e ao torcedor rubro-negro. Os nomes começaram a ser testados e Ney Franco buscava uma dupla de zaga próxima do ideal. Dão, considerado muito lento, foi reprovado pela torcida, além de se lesionar e perder espaço. Defendi cometeu erros grosseiros e foi outro a cair na corneta da torcida. Ferrari ainda mostra dificuldade de adaptação, além de falta de sequencia de jogos como titular.
Como nem tudo é negativo, Salustiano se mostrou a peça de segurança da defesa. Dando continuidade aos bons nomes revelados pela defesa rubro-negra, Mateus vem fazendo um bom início de ano, dentro das suas características; não exatamente um zagueiro técnico, mas que cumpre a função de afastar o perigo. Luiz Gustavo deixou boa impressão em 2013 e vem fazendo bom início de temporada, sem comprometer.
Os números indicam um momento instável da defesa do Vitória: dos 15 jogos já realizados em 2014, em apenas três o time saiu de campo sem sofrer gols; empate por 0x0 com o América, em Natal, pela Copa do Nordeste e as vitórias contra Catuense e Serrano, por 2×0 e 3×0 respectivamente, pelo campeonato baiano. Nos outros 12 jogos a defesa foi vazada, com destaque para o 3×0 em casa contra o América na primeira partida do ano e o 5×1 a favor do Ceará, resultado que eliminou o Vitória de forma vergonhosa da competição regional.
Se ofensivamente o time vai bem, a parte defensiva parece ser o grande obstáculo do Vitória para conseguir sucesso nas competições nacionais do segundo semestre. Acertar a defesa – que não passa apenas pelos dois zagueiros, vale frisar – é a grande missão para Ney Franco, que já mostrou ser um treinador extremamente ofensivo.
Foto: Esporte Interativo