18 pontos em 21 jogos disputados, último colocado do Campeonato Brasileiro, pior defesa do certame com 29 gols sofridos, pior mandante com apenas 9 pontos conquistados dos 30 disputados. A situação é caótica, preocupante e cada vez mais definitiva: o Vitória está cada vez mais afundado na zona de rebaixamento.
A derrota contra o Atlético-PR por 2 a 0 foi mais uma partida em que a estratégia adotada por Ney Franco não deu certo e o não houve futebol. No jogo contra o Internacional, Ney Franco resolveu esquecer a intensidade nos flancos, priorizou a posse de bola e o ataque em bloco. Contra o Atlético-PR, a estratégia foi similar, porém sem coordenação na marcação e na criação.
O 4-5-1 adotado contra o Internacional com meias nas pontas e volantes apoiados deu lugar a 4-4-2/4-4-1-1 com a volta do selecionável José Welison ao meio de campo. A criação era coordenada até o primeiro gol paranaense. A bola saia para procurar Escudero, que ocupava o setor esquerdo, e procurava Marcinho para tabelar. Enquanto o camisa 10 tinha mais liberdade do lado direito. Os outros três homens do meio de campo eram responsáveis por girar a bola no campo.
Porém a marcação foi equivocada. O Atlético-PR prioriza os ataques velozes pelos flancos buscando Marcelo e Douglas Coutinho. Bady e Hernani era os responsáveis por girar a bola no meio e fazer lançamentos longos. O Vitória avançava a linha defensiva para atacar, mas deixava preciosos espaços para os passes longos. E assim, o Atlético levou muito perigo.
As estatísticas deixaram claro a diferença nas estratégias. Enquanto o Vitória teve 56,5% da posse de bola, trocou 349 passes e virou a bola 16 vezes, o Furacão teve 43,5%, ‘só’ trocou 210 passes e virou 5 bolas, errando 3 vezes. Apesar de “não ter a bola”, o CAP finalizou 20 vezes (acertou 7) e lançou 41 bolas (acertou 15), já o rubro-negro baiano chutou 11 bolas (só acertou 2) e lançou 44 bolas (acertou 11). Além desses números, chamou atenção que o Leão cruzou 18 bolas e só acertou 4.
No segundo tempo, Ney foi para o tudo ou nada. Tirou José Welison e Cáceres para colocar Beltrán e Edno. Como era previsível, não funcionou e o Vitória ainda sofreu mais um gol em mais um lance de erro defensivo.
Os jogos em casa são decisivos para uma recuperação, se for possível. O jogo contra o Internacional poderia servir de base para uma reação, mas foi jogado fora.