O Vitória venceu, saiu da zona de rebaixamento, abriu duas vitórias em relação ao Bahia e Criciúma (número de vitórias é o primeiro critério de desempate), mas não convenceu. Faltando sete jogos para terminar a temporada e o Campeonato Brasileiro, talvez convencer seja o que menos importa para Ney Franco e seus comandados, porém um bom triunfo motiva a torcida e dá sustentação para uma permanência na Série A com mais tranquilidade.
Sem Marcinho, contundido e Luiz Gustavo, suspenso, Ney Franco não mexeu muito na estrutura do time que terminou o jogo contra o Corinthians. Nino, de volta a lateral direita, foi a principal novidade ofensiva. Porém, sem um meia, as jogadas eram quase sempre cruzamentos com pouca eficácia. As duas melhores chances do Vitória no primeiro tempo foram em bolas trabalhadas: Em um contra-ataque puxado por Edno, que terminou em duas finalizações defendidas pelo goleiro Bruno e depois em um chute cruzado, desviado por Dinei, também defendido pelo goleiro catarinense.
O Criciúma veio jogar por uma bola. Três volantes no meio de campo, marcação recuada, dando campo para o Vitória e apostando nos contra-ataques nas costas de Nino com o atacante Lucca. Teve a chance real com apenas um minuto de jogo com Souza, mas o goleiro Wilson salvou. Até acertar a marcação, o rubro-negro sofreu, mas o placar não saiu do 0 x 0 no primeiro tempo.
A segunda etapa veio com o panorama não mudou muito, embora os contra-ataques do Criciúma ficaram mais perigosos. Dois momentos decidiram o jogo: O primeiro foi aos 14 minutos do segundo tempo, quando Roger Gaúcho puxou o contra-ataque pela esquerda, chutou cruzado, Wilson defendeu e Souza perdeu um gol debaixo da trave. No lance seguinte, saiu o gol do Vitória, marcado por Dinei, após uma bela jogada do apoiador Cáceres, atuando com um meia.
A partir do gol, o Criciúma cresceu, pressionou e marcou o seu gol em bola parada, o eterno problema do Vitória. E o segundo momento surgiu: mesmo empatando em casa, Ney Franco só resolveu alterar o time perto dos 25 minutos do segundo tempo, quando a torcida começou um coro contra o técnico. As alterações seriam ofensivas: Willie no lugar de Richarlyson e William Henrique no lugar de Vinicius. Não deu tempo.
Único cruzamento que deu certo no jogo resultou em um gol épico no Barradão. Cruzamento de Nino Paraíba, a zaga rebate mal e Edno emenda uma bela bicicleta. As alterações de Ney Franco foram por terra. E a opção foi por Ednei no lugar de Dinei.
Fora do comum, Ney decidiu se defender para segurar a vantagem. O Vitória foi escalado num 5-4-1 e fez mais um num contra-ataque puxado por Vinicius, que terminou num pênalti convertido por Edno. O Criciúma já não se defendia como no começo. Adiantou o time e colocou todos os atacantes do banco de reservas para tentar o empate, mas não deu.
Dos próximos sete jogos, três serão no Barradão (São Paulo, Coritiba e Santos) e quatro serão fora (Grêmio, Chapecoense, Figueirense e Flamengo). Para escapar, serão necessários 11 pontos em 21. Possível, mas a missão será árdua como sempre foi.