O clássico foi tenso. Nada mais do que 12 cartões amarelos e um vermelho em 90 minutos de jogo, ruim tecnicamente, mas com muita transpiração das duas equipes. Se houvesse destaques, seriam os goleiros, que evitaram um placar mais dilatado.
O Vitória fez exatamente o que já havia antecipado na analise de ontem. Compactou as linhas para explorar os contra-ataques pelos lados. Drubscky fez a leitura certa do jogo. “Deu” a bola para o Bahia jogar, dificultou as ações com as linhas compactadas num 4-1-4-1 e contou com o bom trabalho da dupla de zaga, mas o fator inesperado que costuma decidir clássico aconteceu: Uma expulsão.
O gol do Vitória saiu justamente de um jogada lateral: Vander se aproveitou da lentidão de Thales e indefinição de Raul para avançar da ponta direita até a área e chutar forte. Jean deu rebote e Neto Baiano marcou o seu primeiro gol com a bola rolando. Merecido pelo trabalho defensivo do Vitória.
O Vitória não foi preparado para jogar com a bola, mas teve que mudar os planos quando Pittoni agrediu Neto Baiano e foi devidamente expulso. O Bahia manteve a pressão ofensiva no final do primeiro tempo, mas alterou a sua postura visando o segundo tempo: De 4-3-1-2 para 4-4-1 com duas linhas.
No segundo tempo, com um jogador a mais, o Vitória passou a ter mais posse de bola e teve a obrigação de criar situações de gols. Esbarrou na sua maior dificuldade na temporada, errou passes em demasia e deu vários contra-ataques pelas laterais. Aos 12, Nino ficou perdido numa troca de passes entre Kieza e Willians e terminou com Maxi marcando após ótima defesa de Fernando Miguel.
O Vitória criou em jogadas individuais como a de Flávio, um dos poucos lúcidos em campo, para Elton e Jorge Wagner, no último minuto, numa cobrança de falta. O Bahia ganhou mais força no meio com Bruno Paulista, o melhor jogador do futebol baiano, e anulou Escudero, que mais uma vez, não fez muita coisa.
O empate complicou a vida de Drubscky. O técnico é sempre culpado no futebol brasileiro, afinal é mais fácil tirar um do que vinte. Se Ricardo tem um culpa é de investir todas as suas fichas em jogadas laterais, mas não ter laterais cruzadores.
O rubro-negro irá se classificar para as fases finais das duas principais competições do ano. Se quiser mudar o rumo da atual temporada, é necessário se mexer agora. Só mudar o técnico não será solução.