Quando os irmãos Valente (Arthur e Artêmio) criaram o Esporte Clube Vitória, lá pelas bandas de 1899, não imaginaram que um dia aquela instituição atrairia mais de 2 milhões e 500 mil seguidores apaixonados. Nem que um dia alguns dos seus sucessores no comando do clube fariam de tudo para esse número ser reduzido.
O Vitória trilha um caminho complicado nesses 116 anos de história completos hoje. Sendo o clube de maior conquista em diversas categorias esportivas do Estado, O Leão tem como exceção justamente o maior e mais investido departamento; o futebol tem marcas de glórias interrompidas que incomodam.
Campanhas magníficas dentro de campo por muito pouco – por azar ou incompetência – não trouxeram para a Toca do Leão troféus de destaque no futebol nacional. Conquistas que tirariam qualquer dúvida sobre qual é o melhor time da região nordeste.
Porque para ser melhor é preciso ter construído um patrimônio como o Complexo Esportivo Benedito Dourado Luz, o maior e único particular do Estado, que esteja pronta para receber jogos importantes, treinar atletas de destaque e formar novas promessas para o futebol, formando até uma “Fábrica de Talentos”.
É preciso ter uma estrutura financeira e administrativa equilibrada, que esteja pronta para buscar investidores e patrocinadores. É preciso ter dirigentes que pensem grande, sejam ousados e estejam prontos para levar o clube ao seu lugar de merecimento. Enfim, é preciso estar pronto para vencer.
No entanto, nos últimos anos os comandantes (e seus iguais) que passam pela equipe parecem não compartilhar desse objetivo. A falta de planejamento geram contratações equivocadas, gastos desnecessários e o resultado são as campanhas pífias, descensos e atuações que nunca convencem.
Os últimos cartolas rubro-negros parecem ter se unido ao grupo dos que querem ver o Vitória por baixo. Um grupo que não é pequeno. Envolvem jornalistas, radialistas, empresários, políticos… Todos unidos pela inveja e pelo medo do potencial que possui o Leão da Barra.
Mas se tem alguém que sempre lutou contra tudo isso é o torcedor, e neste momento em que a sua maior paixão está fragilizada, como verdadeiros leões eles encaram qualquer batalha para defendê-la. Deveria ser, mas não está sendo.
Os 116 anos do Vitória, apesar de acontecer em meio à uma grande crise, é marcado principalmente pela grande oportunidade de mudança para o futuro. Pela campanha em prol das eleições diretas, da profissionalização da diretoria e por dias melhores. Todo torcedor de verdade deve estar envolvido neste processo.
Esse deve ser o pensamento dos irmãos Valente. “Torcedor, associe-se. Esqueça os resultados em campo e pensem no futuro. São vocês que devem evitar que “aventureiros” (leia-se descompromissados, interesseiros) estejam à frente do clube. Sejam os torcedores de grande valor!”
Se não for o deles, pelo menos é o meu, por ora, sonhando em poder voltar a desejar um aniversário feliz ao Esporte Clube Vitória. Mostra o seu valor!