Quem me conhece sabe o quanto eu sou apegado ao Vitória. Sabe também que faço questão de estar em sintonia com o clube, mas como cego amante, não deixo de criticar quando algo está errado. Principalmente quando o erro está diretamente ligado à minha pessoa.
Recentemente dois amigos me procuraram, pedindo auxílio em questões inicialmente simples: um deles gostaria de ir ao Barradão em um dia de jogo para fotografar torcedores, como parte de seu projeto de conclusão de curso na faculdade. O outro tinha um pedido ainda mais nobre: precisava de uma camisa do Leão autografada para uma ação que visa levantar fundos para a reforma de uma biblioteca em uma escola pública de Salvador.
Nos dois casos, fiz o que a priori eu poderia fazer: indiquei o contato de uma pessoa da comunicação do Vitória para que as questões fossem solucionadas. Mas o desenrolar da história foi o mesmo para ambos: passaram de funcionário em funcionário do clube e nada foi resolvido, embora eu tivesse feito algum apelo pessoal – algo que não me agrada.
Infelizmente, em relação ao primeiro caso, não deu tempo de tomar mais alguma atitude. Mas como o assunto era reincidente, resolvi assumir a segunda questão. Através do Arena Rubro-Negra, consegui uma camisa oficial 2016 e contei com o apoio do nosso colunista, Anderson Matos, para descolar os autógrafos, e ainda um vídeo do paredão Fernando Miguel, chamando a torcida a participar da rifa. Tudo isso em uma manhã.
Reconheço que o Vitória possui infinitas deficiências em seu corpo administrativo, e que às vezes alguns pedidos são deixados de lado por conta de outras prioridades. Mas não posso deixar de acreditar que exista uma má vontade do clube em relação ao que vem do lado de fora dos portões da Toca.
A critério de comparação, o mesmo pedido foi feito lá em Itinga, e foi solucionado em 24 horas pela assessoria de comunicação. Camisa autografada e vídeo do meia-atacante Juninho.
Quem me conhece sabe, não vivo de bola na rede. Por paixão ao Vitória eu colaboro no Arena há cinco anos, pago o Sou Mais Vitória desde 2010, possuo 58% do meu guarda-roupa em vermelho e preto e tudo que espero em troca é que o clube valorize a minha dedicação.
Mas confesso, com toda sinceridade, que relatos como o que fiz acima, somadas as diversas outras atitudes de bastidores que sabemos no dia a dia, me afastam cada vez desta paixão. Se o objetivo é fazer do Vitória um time fechado aos confrades, parabéns, eles estão conseguindo.