Início Colunas Visão Tática Figueirense 1 x 0 Vitória: Previsível, Vitoria perde de novo

Figueirense 1 x 0 Vitória: Previsível, Vitoria perde de novo

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Ao final do jogo, Vagner Mancini reconheceu que o Vitória fez uma partida ruim. Segundo ele, a pior partida no Campeonato Brasileiro. Não é difícil perceber porque o Vitória jogou tão mal.

A máxima de treino é treino e jogo é jogo caiu por terra no futebol. Hoje, se treina na intensidade do jogo. Repetições de jogadas, variações de esquemas, preparação para as diversas possibilidades de cenários que podem ocorrer numa partida. Tudo isso é de responsabilidade do treinador. E quando ele assume que o time jogou mal, significa que ele errou na preparação.

O Vitória foi escalado para encarar o Figueirense com dois atacantes. Se tem uma coisa que Mancini utiliza de atual é a premissa de Sampaoli: Ter sempre um zagueiro a mais do que os atacantes adversários. Só que Argel armou o Figueirense com apenas Rafael Moura no ataque com Carlos Alberto flutuando entre as intermediárias. Dodô e Rafael Silva pelos lados trocando de posição.

Para encaixar a marcação, Ramon virou volante. Carlos Alberto, percebendo a insegurança do jovem zagueiro, passou a fugir da zona de conforto. Passou a jogar se movimentando e Ramon foi puxado para fora da sua posição.

O gol do jogo surgiu de uma movimentação de Carlos Alberto. O camisa 19 recuou até a sua intermediária, mesmo com uma linha de cinco jogadores do Vitória na sua frente, conseguiu achar Dodô nas costas de Euller. A linha de cinco era mera ilustrativa já que os jogadores do Vitória são orientados e treinados para não darem pressão no portador da bola. Seguramente, o Vitória é o time mais fácil de jogar contra.

A expulsão de Rafael Moura no final do primeiro tempo facilitou a vida de Argel. Recuou as linhas e marcou a zona. A marcação zonal é o pesadelo de Mancini. Ultrapassado, o treinador cai na armadilha dos adversários. Treina o time para bolas longas forçando o lado de campo, mas quando a bola chega nos pontas já estão cercados por dois adversários e perde a bola ou pior, vira o jogo e a situação se repete.

Mesmo com um jogador a mais, o Vitória não conseguiu finalizar no gol. O goleiro Thiago, do Figueira, foi um mero espectador.

As peças podem mudar, mas o modelo de jogo ultrapassado vai continuar. De pouco adianta colocar três zagueiros, três atacantes, três meias: as ideias são as mesmas.

Bola longa para os pontas, linhas espaçadas, marcação por encaixe individual. Vencer? Só se for com jogadas individuais ou bola parada.

Mudanças são necessárias. O rebaixamento bate na porta.


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