Menos de dois meses antes do aniversário do clube, o Vitória anunciou com toda pompa que a Topper seria a nova patrocinadora do time baiano. Os novos uniformes, confeccionados com a promessa de ser uma camisa “raiz”, foram lançados em uma festa no dia 13 de maio, com a presença do torcedor e muita comemoração. Quatro meses depois, o nome Topper vem se tornando sinônimo de dor de cabeça para o rubro-negro e pode acabar dando adeus ao clube mais cedo do que se espera, conforme apurou o Arena Rubro-Negra.
Isso porque o clube não estabeleceu um cronograma de entrega para os novos padrões de camisas. Mesmo após o anúncio, o Vitória chegou a utilizar por algumas semanas os uniformes da antiga fornecedora, a Puma. A situação foi resolvida logo depois, mas somente em relação à equipe profissional. Nas categorias de base, os uniformes de 2015 e 2016 continuam sendo usados por membros da comissão técnica e jogadores, como comprovam as imagens divulgadas pelo próprio Vitória no Flickr oficial (Veja aqui, aqui, aqui e aqui).
O Arena Rubro-Negra entrou em contato com o gerente de suprimentos do Vitória, Jorge Ivan, que fez críticas à forma como foi conduzido o acordo entre o clube e a Topper. “O material está indisponível para todas as categorias de base. A verdade foi que não amarraram o contrato como deveria. Somente o profissional, a duro custo”, disse o responsável pela administração deste setor. Ainda segundo Ivan, alguns uniformes do esporte olímpico devem sem enviados ainda neste mês, após uma série de pedidos feito pelo próprio Vitória. “Por falta de experiência da nova gestão. Ficamos a mercês deles. Enviaram um cronograma a duro custo. Existe um cronograma, mas falta pontualidade nas entregas”, destacou o gerente.
Nos próximos dias, uma reunião entre Vitória e a Topper deve definir os rumos da parceria. No anúncio do acordo com a empresa, o clube informou que, segundo o novo contrato, o lucro líquido da negociação seria repassado ao rubro-negro. Na ocasião, o Vitória comemorou “gestão do negócio inédita no país”.
Procurado, o Vitória, por meio da assessoria de imprensa, negou ter conhecimento de uma possível saída da Topper e indicou que o marketing deve falar sobre o caso com a equipe de reportagem do Arena futuramente
Diferenças e semelhanças entre times do sudeste e o Vitória
Na Série A, a Topper também patrocina Atlético-MG e Botafogo. Em acordo firmado no fim do ano passado, o Galo mineiro já conta com a divisão de base agraciada com novos uniformes. O time de Belo Horizonte trocou a Dryworld pela fornecedora que estampou a camisa da equipe entre 2010 e 2012.
Em relação ao Botafogo, a Topper patrocina o clube carioca desde fevereiro de 2016, quando o alvinegro anunciou estimativas com custos de material e royalties de cerca de R$ 40 milhões. No entanto, a relação também apresentou problemas. O clube cobrou melhorias no atendimento prestado pela fornecedora, após uma série de reclamações por parte da torcida, que não conseguiu encontrar os uniformes nas lojas. Segundo a diretoria do Botafogo, as vendas superaram as expectativas e houve um “erro de cálculo”. Os novos enxovais da temporada 2017 não são utilizados por todas as categorias de base do clube.