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À beira do rebaixamento, Vitória se prepara para nova eleição; entenda os detalhes

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Restando três rodadas para o fim do Brasileirão, o Vitória ocupa a 16ª posição na tabela com 39 pontos ganhos, mesmo número da Ponte Preta, que abre a zona de rebaixamento e é o seu penúltimo adversário na competição.

A situação, embora incômoda, é vista por muitos até como positiva, diante da administração desastrosa promovida pela recém eleita gestão liderada por Ivã de Almeida, presidente atualmente licenciado. Desastre tão grande que deve gerar uma nova eleição à presidência do clube.

Foto: Maurícia da Matta/ECV/Divulgação

Denunciado por gestão temerária por um grupo de sócios-torcedores, Ivã pode ser destituído do cargo se essa for a decisão da Assembléia Geral Extraordinária dos sócios (AGE), marcada para o próximo dia 25/11. A pressão sob sua administração fez com que ele se afastasse da presidência em julho, tendo renovado sua licença em setembro. E sem clima de retorno, o presidente eleito pode renunciar ao cargo a qualquer momento.

Caso renuncie, os sócios serão convocados para eleger apenas um novo presidente, sendo mantido o vice-presidente escolhido pela chapa vencedora em dezembro passado, de acordo com o estatuto em vigência. Nesse caso, para que a eleição seja plena, Agenor Gordilho teria que renunciar junto com o Ivã. A outra possibilidade de eleição plena é através da AGE, que destituiria todo o conselho diretor.

Afastado dos holofotes, Ivã de Almeida deixa poucas pistas sobre a possibilidade de renúncia. Recentemente, em texto vazado num grupo de Whatsapp, o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Catharino, deu a entender que está ajudando Ivã a amenizar os efeitos negativos de sua gestão, ao conter a presença do mesmo no último BaVi com o seguinte argumento: “Temos que ficar mais resguardados e aparecer no momento certo”.

Paulinho, como é conhecido, é apontado como o grande líder do clube atualmente. Está na conselho há um tempo considerável, possui bom trânsito entre os grupos e, segundo dizem, está por trás de Agenor nas decisões do conselho diretor e na condução política do clube após os desacertos do início da gestão. Querido pela maioria dos atuais conselheiros, carrega no colo a responsabilidade de definir um candidato que represente este grupo na eleição que se aproxima.

Foto: Reprodução/YouTube

Um deles é o próprio Agenor Gordilho, vice escolhido pela chapa, atual presidente em exercício e tio de Paulinho. Nas redes sociais Agenor garante que não tem interesse de disputar o cargo de presidente. Mas não deixa claro se acompanhará Ivã em caso de renúncia. Falou-se muito sobre uma composição onde Agenor permanece como vice-presidente e Raimundo Viana, último presidente antes dessa gestão, disputasse novamente a cadeira representando este grupo. Mas a informação carece de confirmação.

Querido pela torcida, “Mundico” é o grande coringa deste pleito. O responsável por reconduzir o clube após a renúncia de Carlos Falcão não possui forças para disputar uma eleição sozinho, mas é uma aliança disputada por todos os grupos interessados na presidência do Vitória.

Foto: Maurícia da Matta/EC Vitória

Hoje Raimundo não se declara como de oposição ao clube, diferente do seu ex-vice presidente Manoel Matos, que é um dos cotados a disputar o pleito – embora tenha negado o interesse nos últimos dias. Matos estaria em uma composição que envolve o ex-presidente Paulo Carneiro, derrotado na última eleição e hoje interessado em gerir apenas o futebol do rubro-negro. Este grupo também contaria com o apoio de outro ex-gestor, Alexi Portela, segundo informações de bastidores. Essa união ficou conhecida como Liga do Bem, alcunha já negada e demonizada por todos os seus supostos integrantes.

Foto: Matheus Andrade / Arena Rubro-Negra

O único candidato de fato já definido pra essa eleição é Ricardo David, ex-diretor de planejamento e marketing nas gestões de Falcão e Raimundo Viana e postulante derrotado por Ivã no último pleito. Durante todo o ano de 2017 David esteve informalmente em campanha, fazendo viagens de capacitação em gestão esportiva, participando de programas esportivos nas rádios, promovendo encontros com torcedores, entre outras ações. Em relação à última eleição, o empresário perdeu o apoio de vários caciques do clube que compuseram sua chapa, a segunda mais votada na ocasião.

Portanto, restando três rodadas para o fim do Brasileirão, o Vitória hoje não tem garantias sobre qual divisão irá disputar em 2018, não tem planejamento para nenhuma das duas hipóteses e nem gestão definida para gerir o clube no ano que se segue. A dica para o torcedor que acabou essa leitura meio perdido é a seguinte: torce para o Leão se manter na Série A, torce para que o seu candidato seja o eleito e, sobre o ano que vem, segura nas mãos de Deus e vai.


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