Bastante cruel com muitos clubes brasileiros, o calendário de competições da CBF tem sido questionado pelas agremiações, principalmente pelos Preparadores Físicos, que precisam se adaptar à maratona de jogos na temporada.
No Vitória não é diferente. Com 24 jogos disputados, o time é o segundo da Série A com a maior quantidade de partidas no ano, ficando atrás apenas do Ceará, que soma 28 jogos na temporada.
Eleito o melhor Preparador Físico do Campeonato Baiano, Lucas Vinícius, em entrevista ao Arena Rubro-Negra, comentou sobre o pouco tempo de preparação para os jogos, mas afirma que é preciso se adaptar ao calendário e trabalhar em cima dele. “Em relação à quantidade de jogos, não podemos mudar o calendário. Se me perguntar se é o ideal, responderia que não. Mas é o que nós temos, não posso me apegar ou usar como desculpa. Preciso me adaptar a essa realidade. Vão acontecer mais lesões? Sim. A intensidade não será máxima em todos os jogos? Sim. Cabe a nós tentar minimizar essas dificuldades”, comentou.
O Preparador Físico explica como faz para amenizar os desgastes. “O que a gente pode fazer é gerir bem os treinos, controlar as cargas nas atividades, esse é o primeiro ponto. Segundo ponto é estimular o descanso e a alimentação dos atletas. Neste caso a Nutrição tem um papel importante, além de conscientizar os jogadores quanto ao descanso extra campo, se cuidar bastante, alimentação. Então é basicamente isso que fazemos. São três pilares: controle de treino, sono e alimentação”, disse.
Com a modernização do futebol, quem não estuda fica para trás, e esse é o segredo de uma preparação física feita com eficiência. “Eu sempre falo que não tem como separar a teoria da prática. Impossível. A teoria só será válida se eu a utilizo para mudar minha realidade prática. Tenho 10 anos de clube e nesses dez anos fomos criando nossa metodologia, com a base teórica (principalmente estudos de Portugal e Espanha) e aplicando no dia dia. Hoje se produz muito mais estudos sobre o futebol e se você não acompanhar essa evolução você fica para trás”, concluiu.