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A base tem que ser a prioridade do Vitória

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Você, conscientemente, consegue imaginar o Vitória abrindo 3×0 pra cima do Flamengo-RJ antes dos 40 minutos do primeiro tempo em uma semifinal de Campeonato Brasileiro? No profissional, convenhamos, é muito difícil (até porque o campeonato é de pontos corridos). Mas foi isso que aconteceu pelo Sub-20, na última quinta-feira (27).

Para além do resultado elástico que praticamente colocou o Vitória na final do Brasileirão Sub-20 de 2018, os 6 x 1 sobre o tão estimado Flamengo serve de lembrança de que a base é a jóia rara do futebol rubro-negro.

No time principal, a diretoria precisou contratar 27 jogadores para descobrir o óbvio: a solução está nos próprios campos da Toca do Leão. Hoje a equipe titular tem entre cinco e sete atletas oriundos da base por jogo e vive sua melhor fase no ano, muito distante das apresentações pífias que envergonharam e revoltaram a torcida no primeiro semestre.

Em números, nos últimos oito anos a base conquistou dois títulos nacionais (Copa do Brasil Sub-20 2012 e Sub-17 2015) e o Nordestão de 2015 e 2017 – e o de 2010, vencendo o time principal do ABC que na ocasião acabara de ser campeão brasileiro da Série C. Mas as falhas jamais explicadas na transição ao time principal impediu o desenvolvimento de várias dessas promessas.

Para nossa sorte a CBF finalmente criou um calendário para as divisões de base, inclusive possibilitando o ressurgimento das equipes Sub-23 para a disputa do Brasileirão de Aspirantes, categoria importantíssima na formação dos atletas para as equipes principais – talvez a óbvia solução não praticada antes no Vitória.

Em 2019 o presidente Ricardo David e o diretor Jorge Macedo já sinalizaram que a equipe Sub-23 vai disputar o Campeonato Baiano. A medida será importantíssima para na formação do elenco que irá disputar o Brasileirão, dispensando a necessidade de contratação aos montes.

A propósito, para a próxima temporada o presidente não terá desculpas de tempo curto e surpresas no caixa para realizar um bom planejamento. E a torcida terá que ser paciente com os garotos da base, para motivá-los em vez de criticá-los.

A divisão de base tem que ser a prioridade do Vitória. A formação de atletas é um dom rubro-negro e já o levou ao seu maior feito dentro de campo, em 1993. Se diretoria e arquibancada se conscientizarem disso, o Leão pode enfim traçar um caminho a fim de alcançar seu verdadeiro potencial em cenário nacional.


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