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Brigas, ameaças e morte: Os BaVis que foram para delegacia

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Com mais de 80 anos de clássico bem vivido, o BaVi é um dos dérbis mais aclamados do futebol brasileiro. Entre partidas históricas e atletas marcantes, o clássico também tem suas histórias triviais. Dos anos 30 aos 90, três BaVi’s acabaram indo para a delegacia. Os causos estão listados abaixo, confira!

1- 02/07/1934, Bahia 3 x 4 Vitória, o suicídio de Bitonho

O periódico A Noite (RJ) noticiou o suicídio de Bitonho.

Em pleno Dia da Independência da Bahia, foi que ocorreu o primeiro clássico a parar na delegacia. Tricolores e rubro-negros se encontraram no Campo da Graça para um amistoso. O noviça equipe tricolor ia vencendo o Vitória no primeiro tempo por 2 a 1 e caminhava para a sua quinta vitória no confronto.

Ocorreu porém que o zagueiro do rival, Renato Bastos, derrubou o atacante Almiro na área. Na cobrança, Barbosa viu o goleiro adversário, Nova, defender após uma antecipação. O árbitro mandou voltar a cobrança e após uma breve discussão entre os jogadores, Barbosa converteu e empatou a partida.

O que o juiz Vivaldo não contava era que um atleta do Bahia se inconformasse com ele pelo lance a ponto de agredi-lo. E foi o que fez Antônio Fernandes da Costa, o Bitonho, ao fim do primeiro tempo. Vivaldo não voltou para a apitar a partida por causa do machucado, enquanto Bitonho foi conduzido a delegacia por conta da agressão.

O Vitória voltou para o segundo tempo e venceu o clássico por 4 a 3, como fizera onze dias antes ao vencer pelo mesmo placar. Já Bitonho, foi liberado no dia seguinte após pagarem sua fiança. Mas vendo a repercussão de seu feito nas páginas dos jornais, ingeriu uma dose de cianureto de potássio e veio a óbito no dia 3 de julho, aos 24 anos. Seu suicídio repercutiu nos jornais de todo o país como algo inédito no futebol.

2 – 25/07/1976, Bahia 0 x 1 Vitória, Fischer e os selvagens

Lance do jogo em que o Vitória venceu o Bahia.

Em 1976, Vitória e Bahia disputavam avidamente o título do Campeonato Baiano. A equipe rubro-negra que contava com a classe do argentino Rodolfo Fischer, viu os atletas tricolores – que ele classificou como selvagens – o atacarem El Lobo diante da vitória do quadro vermelho e preto.

O primeiro tempo do clássico terminou sem gols. Mas no segundo tempo, foi o Leão quem voltou melhor e marcou o gol da vitória com Ferreti aos 25 minutos. Por sua vez, os jogadores do Bahia ficaram inconformados com o resultado e não aceitando as provocações do Decano, partiram para a briga. Tudo começou com Sapatão que foi para cima do argentino Fischer.

A Fonte Nova perdeu o controle, pois outros jogadores acabaram indo para a peleja e os torcedores na arquibancada também se atracaram. Fischer foi levado pelo então presidente do Vitória, Alexi Portela, para prestar depoimento na delegacia e apontou como seus agressores Paulo Maracajá (dirigente do Bahia), Sapatão, Jésum e Perivaldo (jogadores).

O argentino chegou a dizer que seus agressores eram uns selvagens e que no futebol argentino, que era mais viril que o brasileiro, não havia tamanha deslealdade. Já o presidente Alexi Portela redigiu uma carta de renúncia para o Conselho Deliberativo, onde dizia: “Sou presidente de uma equipe de futebol e não de uma equipe de lutadores profissionais. Não vou trazer craques para o meu time para depois fazer suas esposas viúvas. Meus jogadores são agredidos todas as vezes que ganham do Bahia. Então, cheguei a conclusão de que ganhar do Bahia é um crime. Como não podemos ganhar do Bahia, sem que nossos jogadores sejam massacrados, é melhor sair para não comandar um time que deixará muita senhoras viúvas.”.

3 – 06/04/1997, Bahia 2 x 4 Vitória e 11/05/1997, Vitória 1 x 0 Bahia, Preto x Parreira

Momento em que Parreira agrediu Preto com um soco na Fonte Nova.
(Reprodução do Youtube)

O lado pessoal de muitos jogadores se inflama quando se trata de clássico BaVi. Foi o que ocorreu com o zagueiro Parreira, do Bahia, que atendeu as provocações de Preto Casagrande e acabou por agredi-lo e ameaçá-lo em ocasiões diferentes.

Os dois atletas viviam num mesmo condomínio no bairro de Piatã. Num dos primeiros clássicos do ano o volante do Leão da Barra provocara o adversário ao pé do ouvido e logo o atleta rival acabou lhe revidando com um soco no rosto, o que causou a sua expulsão do campo. Ao sair, ele alegou ter sido provocado.

Por sua vez, circulavam os rumores de que Preto havia se envolvido com a esposa do zagueiro tricolor, e o torcedor não perdoou. No jogo em que o Vitória venceu o arquirrival por 4 a 2 na Fonte Nova, a torcida inflamava cânticos como “Parreira é corno” quando o mesmo tocava na bola. O zagueiro descontou em Preto mais uma vez já nos minutos finais. Desta feita, teve como destino a delegacia e alegara novamente as provocações.

Em mais um embate, já no mês de maio, no Barradão, Parreira aplicou um forte carrinho em Preto. O Vitória venceu novamente, mas pelo placar de 1 a 0. Mais tarde, após o jogo, Parreira armado, rendeu Preto e o obrigara a pedir desculpas para a sua esposa. Outros atletas da dupla BaVi apaziguaram a situação, e no dia seguinte o volante rubro-negro prestou queixa na delegacia por conta do acontecido. Enquanto Parreira, ficou ameaçado de prisão temporária por não se apresentar para a polícia.


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