Início Colunas Memórias do Leão 1953… a profissionalização e a quebra do jejum

1953… a profissionalização e a quebra do jejum

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O ano de 1953 foi muito significativo para o Esporte Clube Vitória. O equipe que fora criado para o Cricket em 1899 aderiu ao futebol (até então Football) em 1903 já com o nome de Sport Club Vitória e até então não havia se profissionalizado para o esporte.

 Nas décadas que passou no amadorismo, o clube rubro-negro não conquistou muitos títulos. O jejum de estaduais começou após o bicampeonato baiano de 1908 e 1909. Porém, não deixou de sagrar-se campeão do Torneio Início da Bahia em 1926, 1941, 1942, 1944 e em 1949. A não-profissionalização já tivera maus resultados em anos anteriores. Devido a isso, o Leão da Barra havia deixado de disputar algumas edições do Campeonato Baiano.

 Em 1953, tendo na presidência Alberto Martins Catharino, o clube se profissionalizou e criou seu Departamento de Futebol. Agora mandando seus jogos no estádio da Fonte Nova – que havia sido inaugurado cerca de dois anos antes -, o Vitória passou a contar com um time de renome. Um de seus jogadores que se destacou naquela temporada foi o atacante Quarentinha, que havia sido revelado pelo Paysandu. E também o goleiro Nadinho e o zagueiro Valvir que foram importantes nas defensivas e o goleadores Tombinho e Juvenal, apelidado de “Jegue Alemão”. No banco, um técnico também foi bem influente pros bons resultados que se sucederam. O argentino Carlos Volante, que fora jogador de futebol no seu país natal, na Itália, na França e encerrara seu ciclo nos campos no futebol brasileiro. Ele passou a comandar o rubro-negro, anos após sua primeira experiência como treinador no Internacional.

Equipe do Vitória campeã em 1953. Da esq. pra dir. em pé: Valvir, Nadinho, Alírio, Purunga, Gago e Joel; Da esq. pra dir. agachados: Tombinho, Alencar, Juvenal, Quarentinha e Ciro.

O Baianão daquele ano foi divido em três turnos, no qual as sete equipes participantes se enfrentariam uma a uma em jogos apenas de ida. O Vitória ficou na liderança do primeiro turno com 12 pontos, tendo como vice o Botafogo-BA. O time alvirrubro conquistou o segundo turno com oito pontos, sendo seguido pelo Bahia (2°) e Vitória (3°) respectivamente com sete pontos. O rubro-negro conquistou o terceiro turno da competição com 12 pontos novamente e desta vez com 17 gols em seu saldo.

Clássico BaVi no quadrangular final de 1953. Realizado em 14 de março de 1954, o Vitória venceu o Bahia por 2 a 1 na Fonte Nova. (Créditos:Jornal A Tarde)

Naquela temporada, o artilheiro da competição foi Quarentinha com 13 tentos assinalados. Ele marcou gols importantes em um BaVi ocorrido no dia 28/06 daquele ano, onde marcou os dois gols do Leão no triunfo por 2 a 1. Por seus tentos com a camisa vermelha e preta, o escritor João Ubaldo Ribeiro o teve como ídolo no futebol.

Na final do Campeonato Baiano, o Vitória enfrentou o Botafogo na Fonte Nova. A partida foi arbitrada por Mário Viana e teve uma renda de 110.000,00 cruzeiros. O triunfo veio por uma goleada em 3 a 0 com dois gols marcados por Juvenal e um por Tombinho. Ao final dos noventa minutos, encerrou-se um jejum de 44 anos sem o título estadual. O tento daquele ano fez os torcedores rubro-negros vibrarem. Tanto que um destes acabou desmaiando. Assim noticiou o jornal A Tarde: “Tão emocianante foi esse tento que a torcida rubro-negra vibrou de forma incomum, que um fan do clube da Barra acabou por desmaiar, somente vindo a se restabelecer minutos depois […] Meia-hora antes do embate terminar, os fans do Vitória inclusive fantasiados e mascarados começaram a convergir a pista”. O goleiro Nadinho disse que este foi o título mais marcante o qual conquistou.

Clássico BaVi no quadrangular final de 1953. Realizado em 14 de março de 1954. Vitória venceu o Bahia por 2 a 1 na Fonte Nova.

Na mesma temporada, o Leão foi também campeão baiano no remo e como conquistou o mesmo feito no futebol, ganhou a alcunha de Campeão de Terra e Mar.


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