Era noite de quarta-feira, quando um dos maiores esquadrões do futebol brasileiro adentrou ao campo da Fonte Nova, para jogar pela segunda vez nacionalmente contra o Vitória. O Santos, do rei Pelé, voltava ao estádio com a mácula de uma derrota para o Leão, no ano anterior, ocorrida com um único gol de um velho conhecido do rei.
O sul-mato-grossense Almiro, ex-reserva de Pelé, era um dos grandes nomes rubro-negros para o confronto daquele 29 de agosto de 1973. Com futebol de sobra para ser reconhecido pela torcida vermelha e preta e respeitado pelos adversários, seu futebol logo seria sensação novamente. O jogo marcava a estreia das duas equipes no Campeonato Brasileiro daquele ano, e a animação tomou conta da torcida, que compareceu em peso.
Mais de 41 mil pessoas estavam nas arquibancadas da velha Fonte, quando viram novamente, o Santos de Pelé, recheado de nomes de peso – até mesmo no banco, já que o time era comandado pelo ídolo Pepe – ser liquidado pelo futebol do atacante que há menos de uma década antes dali, fazia parte do reinado.
Aos 32′ do primeiro tempo, Almiro entortou os defensores santistas ainda e balançou as redes de uma forma que até o lateral Carlos Alberto Torres, quase parou no fundo do gol, feito a pelota. Aos 41′, foi a vez do volante Fernando, que substituiu André Catimba, colocar a bola debaixo das traves do argentino Cejas e garantir um placar de 2 a 0 para o Vitória, ante o quase imbatível time do rei.
No fim das contas, uma memorável noite de quarta-feira. Para a torcida rubro-negra, para os algozes do Santos, e para o próprio Pelé, que apesar da derrota, teceu elogios para o golaço de um grande atleta degredado de seu reino.
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