Não foi tão fácil, mas em 1976, o Vitória trouxe para a Bahia um de seus primeiros ídolos estrangeiros. O argentino Rodolfo ‘El Lobo’ Fischer, cujo talento se dispunha até aquele ano pelo Botafogo, foi o golpe de sorte que o Leão teve para aquela temporada, em que após a saída de ídolos como André Catimba e Mário Sérgio, criou um vácuo de idolatria no ataque rubro-negro.
Sobrara do fabuloso trio de 1972, a presença de Osni, que teria ali sua última temporada pelo Leão da Barra. Fischer, experiente portenho, foi trazido em uma viagem que a diretoria rubro-negra formada por Alexi Portela e Joca Góes, fez para o Rio de Janeiro, o que resultou também na contratação do goleiro Andrada, do Vasco. Mas para transportar El Lobo do suntuoso General Severiano para a incipiente Toca do Leão, o Vitória precisou desembolsar além dos cercas de 600 mil cruzeiros a serem pagos para o time da Estrela Solitária, um salário de 150 mil cruzeiros e 15 mil mensais para o hermano.
Fato que não era de tanto dinheiro assim que dispunha o Vitória naquele ano. A solução para concretizar a compra foi marcar um amistoso na Fonte Nova com os dois novos contratados para garantir público e renda para honrar os compromissos. O Vitória do técnico Tim entrou em campo contra o Botafogo no dia 07 de março e foi derrotado pelos alvinegros por 1 a 0 com gol de Ricardo Silva.
A princípio os comentários do presidente da CBD, Heleno Nunes, que criticou a contratação de Fischer por conta da idade, poderiam parecer assertivos: “Não será contratando velhos estrangeiros que o Vitória reconquistará a posição de respeito que sempre lhe coube no futebol nordestino”, disse o almirante, que foi rechaçado pelo presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro, Luiz Catharino: “Para quem nunca ajudou nosso clube, a entrevista do Sr Heleno Nunes pode ser considerada no mínimo inoportuna”.
A boa assistência da torcida fez o Vitória no amistoso na Fonte Nova, ajudou a quitar a compra de Fischer, que logo começou a marcar gols nos dois jogos seguintes e ainda conduziria o Leão para uma boa campanha no Brasileirão daquele ano, bem como no título do Torneio José Américo Filho, o Nordestão daquela temporada.
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