Se tem uma situação inevitável em ônibus lotado é não escutar a conversa alheia, principalmente quando você senta próximo ao cobrador ou ao motorista, enquanto a única distração da jornada rotineira é o bate-papo com os passageiros. Esta semana pude escutar uma conversa (para não dizer fofoca) bastante interessante e com um tema familiar ou, talvez, comum no dia a dia: corno manso.
No trajeto entre Baixa dos Sapateiro x Estação Pirajá, uma passageira relatava o caso de um vizinho. Entre gargalhadas e a frase corno manso, a passageira contava o caso do rapaz, que por questões obvias não terá o seu nome divulgado – vai que você, leitor, seja esse rapaz de índole caridosa com os vizinhos? No caso, o pobre coitado já tinha perdido a esposa para o vizinho e agora nada podia fazer ao ver a debandada de seus filhos para casa ao lado, onde o conforto e a segurança de um futuro melhor, certamente são garantidos.
O que pude entender é que o “mansinho” deixou de pagar a pensão alimentícia, ou por casarem de sofrer nas mãos de um pai irresponsável e praticamente não dava mais atenção aos filhos. E o que é pior! Aceitava tranquilamente dentro de casa filhos de qualquer mulher que fingia gostar dele. Qualquer um que chegava em sua casa comia, bebia e saia para farra.
De bate-pronto lembrei que, assim como todos nós temos algum conhecido com essas características, o Vitória também tem. E porque não? Vamos às comparações para desvendar essa “difícil” missão de saber quem seria esse vizinho corno manso do Vitória. De imediato citaria o nome dos filhos: Mansur e Vander (os mais velhos) que, inclusive, foram bem aceitos pela nova família; os outros mais novos, Maracás e Alef chegaram há pouco tempo, mas, sem duvidas, vão agregar no crescimento da família leonina e logo mostrarão as suas qualidades. Como coração de mãe, as portas da Toca do Leão continuam abertas e mais três “crianças”.
Recentemente especulou-se a transferência dos garotos Ítalo Melo, Anderson Talísca e Mádson, sendo que este último jogava no leãozinho, mas em posição diferente. Parece até que tanto ele quanto o ítalo Melo já resolveram a situação lá pelas bandas de Itinga e devem continuar sofrendo na mão do pai desleixado. Sem a inocente (ou não) brincadeira do corno manso, não vejo problemas em o Vitória aceitar atletas do rival. Se eles não pularem a cerca para casa ao lado, onde a grama sempre cresce mais verde, fatalmente esses garotos desembarcariam no Sul do país. Quem não lembra do caso Nikão, quando o jogador fez uma boa campanha no Campeonato Baiano pelo Vitória, mas ao fim da competição apareceu no rival?
A verdade é que se a mansidão do rival continuar rendendo bons frutos para o Vitória, que a diretoria faça a sua parte e aceite os atletas.