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Anápolis foi nossa!

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Por Tiago Bittencourt*

Tive poucas experiências de ver o Vitória jogar fora de Salvador. Lembro-me de ter ido a Camaçari, Madre de Deus, Alagoinhas… O estádio mais distante que fui para apoiar o Leão foi a Vila Belmiro. Num jogo da Copa do Brasil. Por acaso foi aquela final de 2010. Quem esteve presente tem marcado aquele momento.

A viagem que a Torcida Vitória Candango fez a Anápolis não se iguala a de Santos, claro, mas também ficou na história dos cerca de 40 torcedores que pegaram 140 quilômetros no ônibus que fretamos.

Para um grupo que nasceu apenas em 16 de outubro, em Brasília, foi uma vitória e tanto. Na segunda-feira, demos entrevista ao programa Bate Bola Baiano, da Rádio Cruzeiro AM 590. O site e o Facebook oficiais do Vitória falaram da gente, o Metro 1 e o blog Futebol Bahiano também. Na quarta-feira, os jornais A Tarde, Massa! e Tribuna da Bahia publicaram reportagem sobre o nosso grupo. O Arena é feito por torcedores, apoiou e sempre apoiará iniciativas como essa.

Vitória Candango - Jornais

Escoltados pela polícia militar de Goiás, que foi bastante atenciosa, chegamos ao Estádio Jonas Duarte. E aí foi uma euforia difícil de conter. Alguns moram há mais tempo em Brasília e já tinham ido a jogos do Vitória na região. Outros, como eu, tiveram a primeira oportunidade. Homens e mulheres, crianças, jovens e adultos, todos juntos por um sentimento em comum.

O local da torcida visitante é ao lado do setor de cadeiras. Enquanto a Anapolina vencia, ouvimos coisas como “cadê a rede, baiano preguiçoso?”. Repudio esse tipo de coisa, mas é uma ignorância abrangente em torcidas. Olhando para o Barradão, já ouvi dos nossos chamarem torcedores do interior de “tabaréus”. Futebol não é isso.

Ofensas menos estigmatizantes são do futebol, afinal ninguém é santo e nem de ferro. Futebol é isso também!
Pena que só na volta pensamos que a resposta poderia ser um “Vai compreender que o baiano é um povo a mais de mil. Ele tem Deus no seu coração e o Diabo no quadril!”. Sutil. E na virada, deveríamos ter cantado “Tá doendo, é? Tá chorando, é? Todo castigo é pouco, falei que ia ter troco. Tá doendo, é? Tá chorando, é? Bem feito, bem feito…”. Não tão sutil. Mas, talvez a torcida tricolor ficasse chateada pela perda da exclusividade.

O departamento de marketing do Vitória não esteve presente com ações de valorização do torcedor de fora de Salvador, como fez em Sergipe e como estava inicialmente previsto para esta partida. Provavelmente o momento de mudança na presidência influenciou. Ficam devendo essa. E o time não jogou um belo futebol (de perto foi menos belo ainda), mas venceu. Achamos frio a agradecimento dos atletas à torcida e levantamos a hipótese de eles não queria ser fotografados com a faixa que levamos e dizia DIRETAS JÁ!”.

Vitória Candango - Estádio Jonas Duarte

Saímos do estádio com o “Pula, sai do chão! A torcida do Leão!”. Já a volta, no ônibus, nos reabastecendo de álcool (cerveja ainda está mais barata do que gasolina), teve batuque de Reflexus a Raul, passando por Harmonia do Samba e Lairton e seus Teclados.

A sensação de que tudo deu certo, da viagem ao placar, foi um alívio. A sensação de passar por isso com a família rubro-negra de Brasília foi fantástica!

Pensei nos garotos Heitor e Zezinho, que foram ao jogo com os pais. Ambos tão pequenos que sequer devem imaginar o que era aquilo tudo. Mas, os pai sabiam que estavam dando oportunidade para os filhos conhecerem o que é amar o Vitória como eles amam.

O companheiro Pedro Caribé, pai de Heitor, não se conteve quando se viu na reportagem do Massa! no dia da partida: “Saiu a foto do primeiro dia do meu filho no Barradão. Emocionante”.

Como emocionante é todas as vezes que vemos o Leão entrar em campo, seja pela TV, seja no Barradão, seja em outro estádio.

ESTAMOS CONTIGO EM QUALQUER LUGAR!

*Tiago Bittencourt é jornalista e integrante do Vitória Candango, torcida do Leão no Distrito Federal – www.vitoriacandango.com.br. Para contato: tiagobittencourt@arenarubronegra.com.br


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