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Atletiba inova e indica um norte: Vitória pode seguir

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Foi histórico. Poucas vezes na história do futebol brasileiro, a Globo foi peitada por clubes. A emissora carioca teve o apoio da Federação Paranaense para que o clássico Atletiba 333 não fosse realizado. Se acontecesse com transmissão via YouTube certamente mudaria as relações clubes-TV em solo brasileiro, mas mesmo não ocorrendo, foi histórico.

Para que o leitor entenda é preciso um breve relato sobre a situação: O contrato entre a Globo e a Federação Paranaense de Futebol acabou no final do ano passado. Para renovar, a emissora carioca enviou propostas aos dez times e a FPF e pagou 4 milhões de reais. Excluindo Atlético/PR e Coritiba.

A proposta para a dupla Atletiba foi de 1 milhão para cada um. Diante da rejeição da oferta, a Globo aumentou para 1,5 milhão e foi novamente negada. O desejo dos dois times era de uma proposta de 3 milhões de reais para cada um.

Sem acerto, o clássico Atletiba 333 foi acertado entre os clubes para que a transmissão foi feita nos canais de YouTube e o valor da venda das placas de publicidade repartido, mas a FPF defendendo a Globo, negou a realização do clássico justificando a falta de credenciamento dos profissionais que transmitiriam o jogo.

A ligação com o Vitória são justamente as cotas. No ano passado, o rubro-negro assinou por quatro anos com a Globo ao valor de 800 mil reais por ano. A titulo de comparação, Madureira, no Rio de Janeiro, recebe 4 milhões de reais líquidos.

Acontece que esse contrato foi intermediado pela Federação Baiana de Futebol, mas os direitos de Arena pertencem ao clube, conforme descrito na Lei Pelé. Aqui na Bahia, não houve concorrência.

No Ceará, os times fecharam dois contratos: um com a Globo, na TV aberta e para o Esporte Interativo, na TV fechada e a dupla Ceará e Fortaleza abocanharam 800 mil reais.

Como o contrato tem validade até 2020, não há muito para ser feito, mas pode se levar a reflexão sobre a Convergência da Mídia. Hoje, o futebol caminha para explorar os direitos de Arena na internet e no celular. Até 2024, o clube está preso a Globo. E depois?

Vale a pena disputar um campeonato fraco tecnicamente com gramados ruins por um valor tão baixo? A mudança das regras da Copa do Nordeste mudou o panorama, mas isso é assunto para um novo texto.


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3 COMMENTS

  1. Foi uma posição importante, mas acho que temerária. Tem que lembrar que a Globo é a maior pagadora de dinheiro para os clubes brasileiros. Não se trata de “peitar” a Globo, ou quem quer que seja, mas buscar a valorização da sua marca. Atletiba buscaram a sua valorização, mas tem que lembrar que eles tão ganhando grana com a Primeira Liga, Brasileiro, Copa do Brasil, etc… todas competições que tem a Globo como principal pagadora. Não defendo a Globo, acho que eles pagam pouco, comparando com o mercado brasileiro e a sua arrecadação, mas tudo é questão de negociação e cumprimento das regras da federação. Quando defendemos o caso Vitor Ramos, falamos que estava de acordo com a norma da CBF, tem que ser do mesmo modo. Se não negociou, claro que Atletiba poderiam transmitir pelo Youtube, não tem problema, mas teriam que cumprir a norma da FPF… O Vitória tem que buscar valorizar sua marca, claro, mas já vimos que Estadual não tem mais sentido existir, só serve pra contundir jogador… Melhor que peitar a Globo, seria peitar a CBF, reformular o calendário brasileiro, deixar os Estaduais como divisão de acesso para a Série D, mais nada, e os grandes clubes para jogar as competições nacionais e internacionais…

  2. Incrível mas quem paga a conta somos nós torcedores que para acompanhar nosso time do coração temos que comprar pacotes de canal fechado para bancar os times do eixo do mal.
    Mas quem viver verá… Vamos meu leão!