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Barradão 28 anos: Uma história de altos e baixos

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O Manoel Barradas é considerado o divisor de águas do futebol baiano. Com ele o Vitória acabou com a hegemonia do arquirrival e o deixou por duas décadas seguidas “comendo poeira” no ranking de títulos estaduais. O caldeirão, carinhosamente apelidado de Santuário, tornou o Leão da Barra um time imbatível.

Só que em 2004 o estádio amargou a sua primeira grande decepção: o rebaixamento do Vitória para a Série B do Campeonato Brasileiro. Sede administrativa do clube, o Barradão acabou por expor também o pior lado da decana diretoria, fatos que melancolicamente influíram dentro de campo e o Santuário mais uma vez amargou um rebaixamento, dessa vez, e de maneira inédita, para a Série C, a terceira divisão do futebol nacional.

A diretoria mudou e a esperança do torcedor elevou-se. Questão de tempo. O Leão perdera dentro dos seus imbatíveis domínios o Campeonato Baiano de 2006 para o Colo-Colo de Ilhéus. A perda interrompia a sequência de títulos estaduais consecutivos do clube. Aquele seria o quinto. Parecia o fim, mas o rubro-negro reergueu-se e conquistou no mesmo ano o acesso à Série B, o título baiano do ano seguinte e a glória final, o retorno à elite do futebol nacional em 2007.

Três anos se passaram e em 2010 vieram as novas decepções. Apesar da conquista do Baianão, o título inédito da Copa do Brasil escapou por muito pouco às mãos do Santos, que comemorou em cima de nossas lágrimas. Lágrimas essas que voltaram a aparecer ao fim do Brasileirão, quando o time novamente seria rebaixado diante de 35 mil rubro-negros que clamavam por um, só um mísero gol diante do Atlético-GO.

No ano seguinte a tortura perdurava: mais um título estadual perdido dentro do Barradão para um time do interior, dessa vez para o Bahia de Feira de Santana. E mais uma vez o pentacampeonato baiano escapava. O caixão se fechou no jogo diante do São Caetano pela segundona: uma virada inacreditável que tirou do Leão os três pontos finais para o retorno à elite. O Santuário sucumbiu.

Hoje, mesmo tendo assistido ao acesso em 2012 “com as calças na mão” e novamente jogando a Série A, a magia e a mística do Vitória dentro do Barradão que amedrontava personalidades como o goleiro Marcos, pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira, parecem não mais existir. Qualquer Everaldo do Figueirense de SC vem aqui, marca o seu golzinho e leva o triunfo pra casa. Perder em casa virou rotina.

E nem adianta falar de momento porque no ano passado, mesmo vivendo um boa temporada no Brasileirão, a torcida do Vitória teve mais uma vez que assistir a um time de fora comemorar no seu estádio um título nacional. O Cruzeiro, que venceu o Leão por 3×1. No fim da competição ficamos a uma posição da Libertadores da América, dois pontos atrás do Botafogo-RJ.

Nessa rotina de altos e baixos o Barradão vive a esperar por melhorias, modernização, acessibilidade, presença da torcida e principalmente respeito, de todos, para que volte a ser o décimo segundo jogador que nunca deixou de estar ao lado do Leão da Barra, mas com a mesma força de outrora.


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