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Barradão, amigos e Vitória: as emoções do retorno ao Santuário

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É difícil descrever a emoção. Passaram 19 meses desde o último jogo com público no Santuário, uma goleada frente ao River-PI, em março de 2020, pela Copa do Nordeste, partida que, por ventura, abri mão. Se soubesse do que viria pela frente, estaria presente. O futuro, dali em diante, trouxe dor, dentro e fora de campo – principalmente fora, com as consequências trágicas da pandemia. Mas, acolhidas as dores, chegou o tempo dos refrescos, se é assim que podemos chamar. A começar de onde paramos, a Copa do Nordeste.

Antes de avançar, uma mea culpa: pisei no Barradão há três meses, na Pedalada Rubro-Negra, como relatei nesta coluna. Oportunidade onde derramei lágrimas de saudade do concreto, do gramado, das lembranças. Mas não se compara ao que vivi na última terça-feira (19).

O Vitória reabriu o Santuário à torcida numa jogo às 21h30 de uma terça. Uma decisão pela fase pré-classificatória da competição regional. A condição do jogo, do clube em si, somado ao dia, ao horário… era um filme previsível: só os mais loucos estariam no Barradão. Eu não podia ficar de fora.

A ansiedade foi tanta que cheguei umas 19h, mas esqueci a chave do portão 16. Já tinha brasa acesa no estacionamento, surpreendendo um total de zero pessoas. Só quatro ambulantes se aventuraram em montar suas tendas – um erro, pois seríamos poucos, mas estávamos sedentos. Acompanhado de Yves, estagiário que comanda as redes sociais deste Arena Rubro-Negra, iniciamos os trabalhos etílicos que serão compensados com os acessos de vocês a este texto.

Aos poucos foram todos chegando. Se você, que está lendo, tem uma conta no Twitter, se sentiria na própria timeline (inclusive indico ver esse tweet do @ArenaRubroECV com Luiz Pombo). Eu estava um pouco desatento pois cumpria a função de entregar ingressos sorteados por este site em parceria com a Casa de Apostas*, mas logo a caiu a ficha.

Após um hiato de mais de um ano e meio, estávamos novamente todos juntos, tomando aquela gelada antes do jogo, confraternizando em torno de um sentimento em comum que ninguém entende como resiste a tantos maus-tratos.

Para entrar no Barradão, aquela confusão deliciosa de sempre. Fila para a barreira sanitária, desinformação e escadas. Ah, se tem algo que eu não tive saudade foram as escadas. Mas ver o time em campo foi estranhamente bom. E ficou melhor quando abrimos o placar. Confesso que me arrepiei. Não lembrava da sensação de comemorar um gol. Foi um bom jogo, nem parecia o Vitória. Um 3 x 0 contundente, em que pese o momento, serviu como um belo boas vindas de volta.

Barradão, cerveja, amigos, Vitória. É difícil descrever a emoção. Torço que essa energia influencie o time em campo. A Série B ainda é realidade, lutaremos até fim. A propósito, amanhã tem mais, precisaremos de todos. Te espero lá!


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