Depois de ocupar os cargos de vice-presidente entre 2015 e 2016 e presidente após Raimundo Viana se licenciar nos últimos dias da gestão, Manoel Matos anunciou a candidatura à presidência do Vitória, tendo como principais bandeiras o apoio de antigos mandatários do clube. Aliado a Adhemar Lemos, Alexi Portela Jr. e Paulo Carneiro, o ex-dirigente concedeu entrevista ao Arena Rubro-Negra antes de lançar a campanha presidencial nesta quinta-feira (30), em evento no Hotel Fiesta, na Pituba.
Pregando foco na experiência da gestão, Manoel Matos afirmou que se sente honrado por receber o apoio dos ex-presidentes e reforçou a importância do seu legado no clube. “Fui escolhido por eles para uma gestão de dois anos e fiquei muito lisonjeado, mas apoiaria qualquer candidato que escolhessem. Acreditamos nessa união. Eleito fosse, estaria voltando numa situação que já tivemos experiência, que foi em 2015 e 2016. Naquele momento, o Vitória tinha um problema de futebol. Hoje o Vitória tem problema em todas as áreas. Naquele momento, estava claro que precisávamos reestruturar o futebol. Fizemos da nossa forma e alcançamos todas as metas possíveis. Retornamos à Série A, alcançamos a hegemonia do futebol estadual e depois conseguimos nos manter na Série A”, destacou o ex-vice-presidente.
Matos ressaltou as condições deixadas pela gestão no fim de 2016, após a diretoria dar lugar aos membros da chapa Vitória do Torcedor. “Na história desse clube, jamais houve uma condição tão boa de gerir o clube como foi no início de 2017. Tínhamos muito dinheiro em caixa, ainda com dinheiro a receber pelos atletas e com uma infraestrutura pronta. Mas infelizmente as pessoas que tiveram a oportunidade perderam. Perderam elas, perdeu o Vitória, perdeu o torcedor e todos nós. Queremos que o eleitor possa entender que a gente tem como dar uma contribuição a esse processo”, declarou o rubro-negro.
Conselheiro nato, Manoel Matos compõe o atual Conselho Deliberativo do Vitória e comentou o atual panorama político do rubro-negro. As eleições marcadas para o dia 13 de dezembro vão definir o nome do novo presidente, que será fiscalizado por um conselho que não necessariamente pertence ao mesmo grupo político. Para o ex-vice-presidente, mesmo com essas condições, o novo mandatário do Leão da Barra terá a missão de representar todos os rubro-negros. “Esse presidente vai ser representante da união. Eu entendo que todos eles, assim que, por ventura, podem vir para a campanha, terão ouvidos e poderão ajudar o clube. Não é o momento de aposta, é o momento de fazer experiência para preparar o clube para 2019. Não se pode brincar para 2019. No meu ponto de vista, o Vitória precisa fazer uma renovação consciente e de seus líderes, futuros presidentes e futuros colaboradores do clube”, disse Matos, que também falou do candidato à vice-presidente Lucas Brandão.
Também conselheiro, Lucas acumula passagens por multinacionais pelo país, com destaque para empresas na Bahia, em São Paulo e nos Estados Unidos. “Vai trabalhar comigo full-time e vai ser um dos novos lideres nos próximos anos. O que os ex-presidentes estão fazendo é abrir mão, já que eles poderiam se candidatar, e deixar que uma pessoa jovem entre. Se nós chegarmos a 2019 e conseguir deixar o clube na condição que deixamos em 2016, acho que teremos uma missão cumprida”, afirmou o candidato.
‘Balcão de políticos’
Questionado sobre qual foi o principal erro na temporada 2017, Manoel Matos criticou a ‘politicagem no clube’ e enumerou as principais irregularidades que levaram o Vitória a ter um desempenho ruim dentro e fora de campo. “Foram uma sequência de erros, mas o principal foi a falta de respeito com a instituição. Eu comentava com familiares e dizia que eles encontraram o maior orçamento do Vitória da história. Deveriam ter a humildade para fazer um grande ano para o Vitória. Mas a arrogância, a falta de humildade e o modelo político tornaram o Vitória num grande balcão de políticos. As pessoas foram colocadas em funções por conta de ações políticas. Disso o Vitória não precisa. Os ex-presidentes hoje querem ajudar, não querem cargos e querem que a gestão seja da melhor forma possível”, declarou Matos.