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Arturzinho… ou Rei Artur

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Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela, que desde o momento de sua ascensão, ninguém lhe disputou o cetro. Não era estrela tipo astro, tal como também nunca fora apagada. Não tinha a imensidão do sol, mas não passava desapercebido no meio de outras estrelas.

Apesar do brilho cintilante que ganhara jogando em boas campanhas pelo Bangu, Artur dos Santos Lima, nascido no Rio de Janeiro em 13/05/1956, chegou ao Vitória como veterano desacreditado por parte da crônica esportiva. Aos 35 anos, ele trazia na bagagem a experiência de uma final de Campeonato Brasileiro, além de passagens por Corinthians, Vasco e Fluminense, de onde surgiu em 1976.

Arturzinho ganhou a confiança rubro-negra e tornou-se capitão do elenco de 1992.

Trazido como reforço para a disputa da Série B de 1992, Arturzinho fez gols decivisos nas fases finais, que levaram o Vitória ao acesso. Balançou as redes pela primeira vez – duas vezes – em um jogo contra a Desportiva, vencido por 3 a 1 pelo Vitória. Ainda pela competição, marcou em um 2 a 0 contra o Fortaleza e depois três vez contra o Fortaleza em um 3 a 0 que levaria o Rubro-Negro para a primeira final nacional de sua história.

O título não veio na final contra o Paraná Clube, mas Arturzinho começou a criar ali o seu vínculo com o Leão, para além do seu aniversário. A disputa do Baianão de 1992, consagrou o pequeno Rei Artur, que além do apelido, estaria para sempre no folclore da torcida vermelha e preta. Diante de tantos tentos marcados naquela campanha, um especialmente é rememorado sem que a memória afetiva possa trair a mente. 11 de outubro de 1992, quando o Vitória lutava com menos dois jogadores em campo contra o Bahia na Fonte Nova, Zé Roberto pegou a bola por um dos flancos e cruzou para o ‘Davi’ Arturzinho completar de cabeça, vencendo ironicamente aquele BaVi que deixaria feliz o dia de muitas crianças na manhã seguinte. Ele ainda faria quatros gols na disputa daquele campeonato que rendeu um título baiano ao Vitória e a sua consagração como ídolo, principalmente pelo título ter sido conqusitado em outro BaVi aguerrido, terminado em 3 a 3 com um gol seu.

Ao chão, à direita, Arturzinho marca o gol salvador contra o Bahia em outubro de 1992. (Foto: Correio)

O rei deixou o Vitória em 1993, encerrando sua breve monarquia após a disputa de outro Campeonato Baiano e um jogo contra o Palmeiras pela Copa do Brasil (2 a 1 para o Leão), que brinca com as elucubrações da memória. Arturzinho foi proclamado o rei das canchas baianas, tornou-se o deus de um clube em ascensão e o ídolo dos torcedores desacreditados. Sua trajetória continuaria entre 1997 e 2006 quando treinou o clube em algumas oportunidades.


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