É bonito de se ver o abraço da torcida após toda a polêmica envolvendo o BaVi, uma possível parcialidade da imprensa ao tratar o clássico e o que realmente deveria ser debatido pelos setores de comunicação. Escrevi sobre algo parecido na minha última coluna, onde você pode conferir aqui.

Mas algo está errado, algo vem me incomodando e aposto que também vem incomodando a muitas pessoas. A campanha #FechadoComOECV é válida, é importante e certamente dará muitos frutos ao Vitória dentro de campo e fora dele também. Hoje, por exemplo, conferir o setor das cadeiras cheio de rubro-negros cantarolando músicas de apoio o elenco e ao clube foi bastante emocionante. Realmente, clube e torcida estão “fechados”, mas repito: algo está errado.

Passeando pelas redes sociais após o treinamento percebi o que estava errado. Muitos torcedores engrandecendo a imagem de Kanu, principal peça de toda a confusão envolvendo o último jogo e protagonista nato deste BaVi que vai entrar para história. Até aí tudo bem. Abraçar um jogador e perdoá-lo pelo ocorrido é importante. Quem nunca errou? Já diria a Bíblia: atire a primeira pedra! Pois então… Estão atirando e atirando com um sério risco.

Em muitas publicações, rubro-negros e o zagueiro simulavam uma luta, um combate, tudo no ar de brincadeira, mas que, assim como a comemoração do meia Vinícius no domingo, gera dupla interpretação e alimenta um certo ar de violência e falta de respeito.

Me pergunto se o camisa 25 realmente tem noção do perigo que vem correndo e sobre, repito, a dupla interpretação que pode acontecer com essas publicações. Vi que muitos o chamaram de mito, de barril, mas eu prefiro não dizer o nome que eu daria a isso.

Foto: Tiago Caldas / Arena Rubro-Negra

É recriminável qualquer apologia à violência, é desnecessário que Kanu tenha mais uma exposição desta. Ele sempre foi chamado de “zagueiro, zagueiro”, mas nunca foi taxado de violento e isso não pode acontecer agora, nas vésperas de um julgamento que pode tirar o atleta de todo o campeonato baiano. Estar fechado com o Leão é saber que o seu filho (neste caso, os jogadores), fizeram besteira, erraram, mas que nós, torcedores, somos pais. “Parimos Mateus” e estamos balançando, escolhemos arrumar a casa em casa e exortar quem merece ser exortado sob total sigilo familiar, sem expor ao público ou às pessoas na rua.

Torcedor, você precisa colaborar. A selvageria nunca deve ser taxada de forma positiva. Violência nunca será benéfica. Fingir uma briga, “colocando a base” e expondo o jogador não é a melhor maneira de retratar o #FechadoComOLeão. Acho que o momento é de apoiar, de mostrar que a camisa do Vitória é a nossa segunda pele, mas também é momento de nos posicionarmos e assim fechar com a paz e não com violência.

Repito para que não gere dupla interpretação comum nas redes sociais hoje em dia: a campanha é essencial, eu a abracei também, mas recrimino qualquer apologia que não seja à da unidade. Violência gera violência, e eu não estou fechado com isso e recrimino, sim, quem comunga destas imagens que estão circulando na internet.

Demonstrar apoio é uma coisa, concordar com as atitudes é outra. Exortar significa chamar a atenção e dizer: “filhinho, estou aqui. Você errou, mas todo mundo erra. Aprenda com isso e não repita mais”. É assim que Kanu deve ser tratado e nunca incentivado a ter como marca os punhos cerrados.

#FechadoComOECV #FechadoComAPaz


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