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O dia em que o céu amanheceu mais rubro-negro do que nunca

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Como a vida é engraçada e curta. Às vezes até mal vivida, às vezes bem vivida. Por alguns momentos gozada de farturas, comodismo e sem preocupações. Em outros, as limitações e as angústias imperam. Nesta manhã chuvosa de Salvador, parece que até Deus chorou junto com os rubro-negros. Nesta quarta-feira (15) morreu talvez um dos maiores torcedores apaixonados do Esporte Clube Vitória: Rivail Santana, o Riva.

As suas restrições jamais foram impedimento para fazer o que ele realmente gostava. A camisa do time do coração sempre estava lá, vestida, e acompanhada de imagens referentes às partidas e atletas históricos do Leão. Leão esse que é símbolo de luta, garra e força. É verdade, Riva não podia torcer por um time melhor do que um representado pelo Rei das Selvas.

Lutas diárias nunca o fizeram lamentar. Os mais próximos de Riva sempre falaram que ele continuava o mesmo, com a mesma paixão e carinho pelos seus. Um verdadeiro guerreiro de alma rubro-negra. Assim como nada foi fácil para o nosso time, nada foi fácil para o exímio torcedor.

Às vezes reclamamos tanto que não fazemos ideia de como somos abençoados. Riva era um abençoado e não reclamava dos acasos que a vida lhe proporcionou. Nos últimos anos, veio o reconhecimento. Foi conhecido por todos e recebeu o afago de um dos seus maiores ídolos, o goleiro Viáfara, que o homenageou em entrevistas e jogos, mesmo quando não estava mais na Toca do Leão.

Riva também foi fundamental na evolução do Barradão. Ele foi o pioneiro e o responsável indiretamente pela construção de um setor para deficientes físicos no estádio. Ele se foi, mas deixou o seu legado.

Legado que fica de exemplo para aqueles murmuradores, para aqueles que não sabem o valor da vida e que sempre arranjam uma desculpinha para não contemplar o time que diz que ama.

Riva sofreu um acidente doméstico em 2012, o que impossibilitou de realizar movimentos básicos, como aplaudir e coreografar o “Vi-tó-ria!”. Riva não podia mostrar, mas ele podia fazer com que fosse possível sentir.

A torcida de guerreiros lhe agradece, guerreiro. Você sempre será lembrado pela sua paixão e pelo exemplo de amor que deu ao Esporte Clube Vitória. O céu hoje não amanheceu chuvoso, ele amanheceu mais rubro-negro do que nunca.


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