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Eleição no Vitória: torcedor na plateia e Conselho no picadeiro

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Quem segue acompanhando de perto a eleição para o novo mandatário do Esporte Clube Vitória, sem medir as palavras, eu posso dizer que presencia uma das maiores palhaçadas de todos os tempos dentro do futebol baiano.

Não me recordo de outra ocasião onde o torcedor marcou presença em uma noite de segunda-feira na porta do estádio Manoel Barradas, o Barradão, para pedir a saída imediata de um presidente. O que poucos sabiam é que na verdade o circo já estava formado e todos que gritavam “fora falcão” não passavam de meros espectadores dos atores Alexi Portela e Carlos Falcão, ambos ex-presidentes do clube, sendo que Carlos foi o último a apagar a luz. Ou não.

Segundo as palavras do vice-presidente do Conselho leonino, Silvoney Sales, que assumiu interinamente a presidência do Vitória, os dois atores – palhaços somos nós –, Falcão e Alexi, já teriam acordado quem será o futuro gestor, já que eles têm a maioria do circo. O acerto foi via telefone mesmo, pois segundo o próprio Silvoney, em entrevista à Rádio Transamérica FM, Portela está “ganhando diária em dólar para acompanhar a Seleção Brasileira” lá nos States e não pôde marcar presença na reunião que sagrou a renúncia do presidente. Afinal de contas, errar é humano e persistir no erro é o que você quiser.

O nome do possível futuro presidente que tem o aval dos deuses do futebol é nada mais nada menos que o do advogado Raimundo Viana, ex-presidente do Leão na década de 70. Isso mesmo, torcedor, você não leu errado, eu disse década de 70. O advogado certamente estará tão atualizado para gerir o clube quanto a constituição brasileira.

Caso o candidato da dupla Falcão e Portela seja eleito, nem sei se valerá o esforço do torcedor perder outra noite de segunda-feira indo protestar na porta do circo leonino. Deixa isso para o time vizinho, que pelo andar da carruagem voltará a ser o nosso rival. Se bem que rimos tanto deles nos últimos anos que acabaram conquistando a tão sonhada democracia, mesmo que de forma embrionária. Alias, democracia dentro do Vitória não existe e nem sabemos quando ela vai chegar.

Mesmo com todo esse verdadeiro “cacete armado”, creio que o torcedor não deva deixar de ir ao estádio prestigiar o Vitória. No próximo domingo (29) mesmo é dia de jogo, dia ideal para nós sairmos da plateia, colocarmos o nariz de palhaço e ir gritar nas arquibancada pela nossa democracia. SRN!


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