Matéria escrita em colaboração com Caio Fernandes Barbosa
A contemporaneidade trouxe para as camisa do Vitória, novos brasões que findaram a marca rubro-negra de vez no imaginário do futebol. Respaldados pela tradição, os escudos que vieram na fase contemporânea do Vitória – da metade do século XX para os dias atuais – tem muitas semelhanças e continuam um processo que vem dos mais antigos como os escudos de letras SCV.
Seguindo o curso de sua história, após adotar um símbolo de forma medieval suiça entre os anos 30 e 40, o Vitória retornou com um símbolo de forma aproximada em suas camisas a partir de 1959, ano em que deixa para trás o simples monograma SCV. As letras estilizadas no escudo vermelho em cima e preto embaixo, eram acompanhadas de um contorno branco. O escudo permaneceu na camisa do Leão durante cerca de 20 anos, com pequenas variações estilísticas nas letras, ou com traços dentro do escudo e também na cor da borda. Foi nesta época que o Decano disputou a Taça Brasil e também edições do Campeonato Brasileiro, colocando seu escudo de vez no mapa do futebol nacional.
O escudo do Vitória a partir de 1959 assumiu a forma da heráldica suiça com as letras em ECV. (Foto: ECV Arts) 
O time do Vitória entre os idos de 1959 e 1960.
Mas esses 20 anos com o novo escudo foram interrompidos por volta de 1980. Um ano antes, o clube completou 80 anos e usou de novos desenhos do velho escudo náutico para imprimir souvenirs comemorativos. No ano seguinte, o Vitória retoma com o escudo náutico, de cor branca, contendo a tradicional bandeira rubro-negra e modificações nos esportes representados do clube. O bat de criquete sai, subistituído por uma segunda raquete de tênis. O que nos sugere que a ilustração comemorativa do título de 1953, onde aparecem duas raquetes de tenis cruzadas, tenha influído na percepção do símbolo náutico nos anos 1980. Naquele ano, o time foi campeão baiano após um jejum e o escudo náutico segue entre os anos de 1981 a 1983 com variações detalhísticas em relação ao de 1980, a exemplo da cor da corda. No ano de 1983, houveram alternações entre o escudo náutico e o escudo de brasão suiço.
O escudo náutico foi retomado a partir de 1980. (ECV Arts) 
Em 1981, o escudo náutico continuou na camisa com novas variações. (Foto: ECV Arts) 
Em 1985, o escudo volta a conter somente as letras. (Foto: ECV Arts)
Os anos 80 segue com o Vitória reinventando seus antigos símbolos. Se nos anos 50, usava-se apenas as letras SCV, a partir de 1985 começou a ser usado as letras ECV na camisa, que acompanharam o Leão no restante da década após o título baiano e pararam de ser usadas somente após a fabulosa campanha do Brasileirão de 1993. Em 1994, o clube retoma ao seu escudo suiço, com borda preta e branca. No ano 2000, um traço branco divide as cores vermelha e preta dentro do escudo e é adicionado o ano de fundação do clube embaixo do brasão. Já em 2009, o traço branco não aparece mais no escudo. Em 2018, o Vitória retirou o ano de fundação debaixo do símbolo.
O ano de 1994 retoma o escudo contemporâneo na camisa. (Foto: ECV Arts) 
Um novo escudo náutico foi desenhado em 1999 por conta do Centenário. (Foto: ECV Arts) 
No ano 2000, o escudo da camisa passa a conter um traço branco no meio. (Foto: ECV Arts) 
O traço branco do escudo é retirado no ano de 2009. (Foto: ECV Arts) 
Em 2019, o ano de fundação do clube é retirado debaixo do escudo. (Foto: ECV Arts)
Um novo escudo náutico chegou a ser desenhado em 1999 por ocasião do Centenário, trazendo o nome ‘Brasil’ na parte debaixo, em diferenciação ao antigo escudo náutico em que havia escrito ‘Bahia’. Este novo símbolo, passa a ser usado oficialmente para terceiras camisas e camisas comemorativas, a exemplo da própria camiseta do Centenário.
Obs: Colaboraram para esta pesquisa: Ângelo Alves, André Luis Oliveira e Lucas Gramacho
