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Juvenal… O Jegue Alemão

1945

 Se na década de 40 o Vitória teve como seu principal goleador o atacante Siri, nos anos 50 não poderia ser diferente. Acontece que Siri deixou o clube por volta de 1949 e em 1950 já entrou em ação outro atleta que viria a se tornar um artilheiro com a camisa rubro-negra. Era início de década e os times ainda jogavam no Campo da Graça. Juvenal, que ficou conhecido também como Jegue Alemão, já havia atuado no clube anos antes, mas foi nessa segunda passagem que ele ascendeu e levou o clube para um novo estágio.


 Juvenal Ferreira de Moraes nasceu na cidade São Félix, interior da Bahia, em 11 de maio de 1927. Começou no futebol aos 16 anos, jogando pelo Flamengo de Ilhéus. No mesmo ano de 1943 foi levado pelo Vitória, onde permaneceria até 1946. Não tinha nem 20 anos e partiu pro Rio de Janeiro para jogar no Fluminense, em seguida no Santos de 1949, voltando ao Leão da Barra somente em 1950, aonde tomou um rumo certo. Já no ano de sua volta começou a balançar as redes. Em um confronto que o Bahia enfrentou o combinado Vitória/Ypiranga para a entrega das faixas de campeão baiano ele pôs água no chopp dos tricolores e fez o combinado vencer a partida amistosa por 1 a 0.

 Foram muitos gols feitos, inclusive, no primeiro BaVi da Fonte Nova. Acontece que o estádio prometido para a Copa do Mundo de 1950 só ficou pronto no ano seguinte. O jogo inaugural aconteceu em janeiro, mas em junho primeiro clássico envolvendo o tricolor e o rubro-negro. No primeiro tempo do aclamado confronto, Juvenal logo deixou sua marca e Isaltino marcou pros rivais. O segundo tempo veio e com ele mais um gol do artilheiro, que em seguida viu o companheiro de equipe Tombinho marcar o terceiro do Vitória.

Ficha do jogo entre Bahia e o combinado Vitória/Ypiranga, onde Juvenal marcou o gol da vitória. (Acervo de Galdino Silva)

Apesar de fazer seu nome nos campos da Bahia, foi em 1953 que a notoriedade veio em peso. Com o Vitória agora profissional, um elenco forte foi montado pelo Vitória, principalmente o ataque. Juvenal jogava junto do próprio Tombinho, de Ciro, Alencar e Quarentinha, que na época era somente um atleta vindo do Pará e não um campeão mundial. Com seus chutes fortes, o Jegue Alemão novamente protagonizou e chegou a final do Baianão, que foi reaizada somente em março de 1954 contra o Botafogo-BA. Na ocasião o Vitória goleou em 3 a 0 e assim como no BaVi de 1951, foram dois de Juvenal e um de Tombinho. A goleada coroou o Vitória campeão do estado após 44 anos de jejum no estadual.

Matéria pré-clássico BaVi na Fonte Nova. No domingo, Juvenal marcaria dois diante dos tricolores.

Os dois gols marcados pela sua possante canhota lhe fizeram artilheiro do Baianão naquele ano, com um gol a mais que Quarentinha. Ele também é o artilheiro de todos os tempos do confronto entre Vitória e Botafogo-BA, com o mesmo número de gols, isso sendo que o rubro-negro já marcou mais d 300 ao longo dos enfrentamentos. Essa não havia sido a primeira vez que Juvenal havia marcado numa final de Campeonato Baiano. No certame de 1951, que teve a decisão disputada em 1952 ele marcou no empate em 1 a 1 com o Ypiranga. Daquele time, somente Alírio seria campeão junto a ele. Já em dezembro de 1953, Juvenal atuando pela então Seleção Bahiana marcou na goleada em 4 a 1 sobre o Botafogo, jogo que despertou o interesse dos alvinegros por Quarentinha.

Juvenal, o terceiro agachado, no time campeão de 1953.

Permaneceu no Vitória até o primeiro semestre de 1955. Em seguida atuou no Bahia e se despediu do futebol. O apelido, Jegue Alemão, se devia pelo fato de seus fortes chutes (patadas) e ficou mais conhecido devido aos torcedores do que pelos noticiário.


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