Início Colunas Memórias do Leão Nos anos 40… Vitória abandonou basquete por causa do futebol

Nos anos 40… Vitória abandonou basquete por causa do futebol

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É bastante sabido que desde sempre o Vitória cumpriu seu papel de clube. Praticante de diversas modalidades, sendo inclusive fundador das federações de algumas delas, o Leão dava grande atenção para os esportes olímpicos na era de seu amadorismo – o que inclui todo a primeira metade do século XX -.

Embora fosse prócer dos esportes, na década de 40, o clube de vez em quando encontrava-se em rusgas com as federações. Entre 1944 e 1945, o Rubro-Negro por pouco não desfiliou FBDT (liga que comandava o futebol). Mas 1945 marcou o início do período pós-guerra no mundo e havia motivo para festas. Após a Força Expedicionária Brasileira (FEB) ter vencido o fascismo na Itália, a Federação Bahiana de Basquetebol resolveu promover o Torneio da Vitória em comemoração pelo feito na II Guerra Mundial.

Como bom competidor, o Vitória venceu todos os jogos que disputou e sagrou-se campeão com um escrete de peso formado por Mario Augusto, Buriti, Umbelino, Árabe, Babau, Leitoinha, Manoel Pereira (Chocolate) e Heber. O título simbólico rendeu um troféu ao Decano, entregue em solenidade com presença de autoridades civis e militares.

Umbelino disputando a bola ao ar em um jogo de basquete pelo Vitória. (Foto: Um menino de 84 anos)

Já em 1946, o novo presidente da federação deu uma determinação que afastaria o clube da vida esportiva nas quadras. Deliberou que atletas que disputassem jogos na equipe profissional de futebol, não poderiam jogar as partidas da bola ao cesto. De todos os clubes presentes no campeonato de basquete, apenas o Vitória tinha jogadores de futebol entre o seu elenco. O mais destacado deles, o zagueiro Umbelino, conhecido nos gramados como ‘Portão de Ferro’.

O Leão reagiu diante da determinação, mas sua queixa não foi atendida, e assim, o seu primoroso ‘five‘ foi desfeito. Embora continuasse filiado à entidade, a prática do esporte foi momentaneamente abandonada em função do estado de amadorismo. Anos depois, por intermédio do conselheiro José Martins Catharino, o Zezé, o clube remodelou seu departamento de basquete e voltou para as disputas, com um ‘five‘ totalmente diferente daquele dos anos 40.


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