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Rodolfo Fischer… El Lobo

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Muito antes de estrangeiros como Escudero e “Gatito” Fernández atuarem com a camisa do Esporte Clube Vitória, no ano de 1976 o rubro-negro passou a contar em seu elenco com a presença do argentino Rodolfo “El Lobo” Fischer.

 Nascido a 2 de Abril de 1944 na cidade de Oberá-ARG, Fischer ingressou no futebol quando começou a a atuar pelo San Lorenzo na metade dos anos de 1960. Seu primeiro clube no Brasil foi o Botafogo-RJ, onde teve uma ótima passagem ao lado de Jairzinho. Chegou ao Vitória já aos 31 anos de idade tido como incógnita por um jornalista da Revista Placar.


 O jogador foi comprado junto ao goleiro Andrada por 800 000 cruzeiros. Andrada e Fischer já eram velhos conhecidos. Enquanto o argentino balançava as redes pelo lado alvinegro, o arqueiro defendia o Vasco da Gama na mesma temporada. A Revista Placar o destacou logo em sua chegada: “O clube gastou 800 000 cruzeiros para comprar dois atletas já em fim de carreira. E a torcida ficou satisfeita.”

(Créditos: revista Placar)

Os torcedores ficaram satisfeitos antes mesmo do gringo começar a jogar. No dia 5 de Março ele fez seu primeiro treino pelo time onde chamou a atenção da imprensa. O jornal A Tarde publicou uma matéria com o título “Fischer foi a sensação do treino do Vitória”. A manchete empolgou os adeptos que compareceram em peso ao treino seguinte. O noticiário vespertino logo publicou novamente: “Torcida lotou a Toca para ver Fischer em ação”. Sua estréia foi em um jogo diante do Botafogo, do qual o próprio era proveniente. No amistoso 1 a 0 para a equipe carioca na Fonte Nova.

Uma temporada foi o bastante para “El Lobo” se destacar no cenário baiano. Mesmo sem conquistar o Campeonato Baiano daquele ano, o atacante marcou 31 gols em 41 jogos disputados com a camisa rubro-negra. No ano de 1976, o Vitória já havia perdido dois BaVi’s pelo placar de 2 a 1 e 3 a 1. Em outra ocasião, os dois rivais se enfrentaram na Fonte Nova e desta vez deu Leão pelo placar de 1 a 0 com gol marcado pelo argentino. Incoformados com o resultado, jogadores do tricolor ocasionaram uma briga em pleno campo. Junto aos companheiros de equipe Jorge Valença, Jurandir e Léo Sales, Fischer foi levado a delegacia acompanhado do então presidente Alexi Portela. Ele apontara Paulo Maracajá (diretor do Bahia), Perivaldo, Sapatão e Jesum (jogadores) como seus agressores.

Fischer ao lado do goleiro Andrada e do também atacante Osni Lopes (Créditos: Blog do Milton Neves)

– Esses caras são uns selvagens. Não sabem perder. Todo jogo que ganhamos eles procuram apelar. Perdemos recentemente para eles e não houve problemas. Futebol não é isto. Vim da escola do futebol argentino, onde o esporte é muitas vezes mais viril, mas não há deslealdade. Futebol é para profissionais autênticos e não para selvagens. – comentou Fischer sobre o episódio.

Neste BaVi que teve como resultado o 1 a 0, Fischer foi campeão junto ao rubro-negro do primeiro turno do Campeonato Baino. Ele ainda participou de outro BaVi naquele ano. Já no dia 07/09, os rivais voltaram a se enfrentar na Fonte Nova em jogo válido pela primeira fase do Campeonato Brasileiro. Após o empate por 0 a 0 naquela terça-feira, o Vitória atingiu a marca de cinco jogos consecutivos na invencibilidade diante do rival. 






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