Jogando fora de Salvador, lá em Alagoinhas, no Carneirão, não teve Catuense certa. Mesmo com a expulsão de Luiz Gustavo, o versátil, ainda no primeiro tempo, o Leão não mediu esforços e aplicou 3 contra 1 no time do interior. José Welison, duas vezes, e o argentino Ferrari foram os goleadores da partida. No lado do adversário, Kleuber diminiu.
Mudança de hábito
Mal começou a partida e, já no minuto inicial, foi o Vitória quem abriu o placar. E foi ele, o em ascensão à Deus da 11 – não é exagero, é que é a mesma camisa -, José Welison, que abriu o marcador do Carneirão, quando, recebeu livre, de Marquinhos, depois de boa jogada, ficando apenas com a responsabilidade de marcar o tento e começar a confirmação do Leão nas semifinais do Baianão.
Ainda não satisfeito, o Vitória não cessou. Minutos depois, a bola beijou a trave adversária, e o time não parava. Uma mudança de hábito. Um time ofensivo, com sede e fome de gol, jogando para torcedor ver.
Catuense, coitada, ainda tentou se recuperar já no primeiro tempo do jogo. Tentando surpreender o Vitória com contra-ataques rápidos, já aos 17 minutos, com cruzamento vindo da direita e cabeçada perigosa, deu seu primeiro susto: mas a bola passou raspando a trave do goleirão Wilson. Logo depois, aos 29, a Catuca teve seu primeiro gol anulado, mesmo contestado pelo elenco.
O Vitória ainda tentou ampliar o placar durante a partida, tocando bem a bola e se posicionando bem no campo do adversário, e foi assim, que, como disse Renato Russo e Flávio Venturini, “quem acredita, sempre alcança”, que o o time rubro-negro conseguiu seu segundo gol. Primeiro com a cabeçada de Dinei, de cruzamento escanteio, mas bem defendida por João Paulo, da Catuca. A bola sobrou livre para o argentino pegador Ferrari cabecear mais uma vez contra o adversário e assinar seu nome nos 2 a 0 de Alagoinhas, lá, no finalzinho da primeira etapa.
Poderia ser 5
Sim, a goleada poderia ser maior. A Catuense perdeu a noção do jogo, a defesa falhava mais que Defendi e David Braz jogando juntos, e o ataque leonino também desperdiçava gol como Pablo desperdiça sofrimento.
Mas ainda assim, o torcedor rubro-negro pôde relembrar aquele futebol do ano passado. Passes rápidos e curtos, meio trabalhando, ataque finalizando e time se movimentando bem. Até a defesa, tão criticada ultimamente, fez bem seu trabalho, apesar de ter falhado lá aos 39 do segundo tempo.
É. O menino quer a vaga do deus, do mito, do pão e da vida, do sensei da 11, dele, Escudero. Esse José Welison brincou de jogar futebol! Recém-promovido ao profissional, o garoto, que já tem cara de homem, não só está deixando a barba crescer para parecer mais ainda com o mito, como também está tentando ser o mito. Tá… Lá pelos 19 minutos da segunda parte, o Vitória fechou o placar pro seu lado: através de boa jogada de William Henrique, Welison, de cara com o gol, só teve o trabalho de driblar bem o zagueiro e, com tranquilidade, encaixar a bola no cantinho esquerdo de João Paulo. Bastou isto e o terceiro gol já estava marcado.
Depois de mais um tento, o Vitória dominou mais ainda o que já estava dominado. Para a torcida, a partida de hoje pode ser considerada uma das melhores do time nesta temporada, não apenas pelo triunfo e pelos três gols, mas, principalmente, pelo futebol apresentado digno de 2013.
O Vitória ainda tentou com Alan Pinheiro, logo em seguida, que há pouco havia entrado no lugar de Dinei, mas o atacante da Toca chutou fraco, fraquinho e não foi capaz de ampliar para o Leão. (Menino, come feijão!)
Mas até que a defesa deu seu ar da graça e, mesmo depois de ter feito grande parte do jogo com maestria, não adianta: mais uma vez será o alvo das cornetagens. Pela direita, Kleuber chegou com facilidade ao gol do Wilson, chutando facilmente fora do alcance do arqueiro, o suficiente para marcar o gol de honra do time na partida.
E assim foi em Alagoinhas: para o Leão, 3; para a Catuca, um mísero gol. No Baianão, o Vitória alcança as semifinais e segue em rumo de mais um título estadual. (Chora, rival. Até quando a torcida nos vaia, somos imbatíveis.)
CATUENSE 1 x 3 VITÓRIA
Vitória: Wilson; Ayrton, R. Defendi, Jonathan Ferrari e Juan; Luiz Gustavo, Marcelo (Mauri), José Welison e Cáceres (W. Henrique); Marquinhos e Dinei (Alan Pinheiro).
Téc.: Ney Franco
Serrano: João Paulo; Rogério Rios, Anderson Silva, Anderson e Diego Prates; Fausto, Mica; Netinho (Gil) e Nem (Marcos Neves); Kleuber e Robert.
Téc.: Sérgio Odilon
P.S.: Como não dizer que é um campeonato amador? O estado do campo do Carneirão estava vergonhoso. Se liga, FBF!
Foto: Flickr Oficial EC Vitória