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Consultoria indica SAF como caminho para o futuro do Vitória

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Fábio Mota
Foto: Italo Oliveira / Arena Rubro-Negra

O Esporte Clube Vitória vive um momento de contraste entre crescimento de receitas e fragilidade estrutural. O relatório financeiro mais recente da consultoria PLURI mostra que o clube alcançou em 2024 R$ 186 milhões em receitas, um avanço expressivo de 157% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pelos contratos de transmissão (R$ 100,3 milhões), pelo salto no matchday (R$ 40,6 milhões, +228%) e pelo desempenho do setor comercial (R$ 43,3 milhões).

Apesar do faturamento recorde, as despesas dispararam 135% e chegaram a R$ 227 milhões, sendo R$ 191 milhões direcionados ao futebol. O resultado foi um EBITDA negativo de R$ 12 milhões e um déficit final de R$ 41 milhões, 71% pior que o registrado em 2023. O enfraquecimento das vendas de atletas, que caíram 73% e geraram apenas R$ 2 milhões, agravou o quadro.

O cenário patrimonial preocupa ainda mais. A dívida líquida cresceu 24%, alcançando R$ 307 milhões — equivalente a 1,7 vez a receita anual. A necessidade de capital de giro subiu para R$ 115 milhões e o patrimônio líquido negativo chegou a R$ 275 milhões. No ranking da PLURI, o Vitória recebeu rating “B” (altamente especulativo), grau de transparência 5,7 e índice geral de gestão financeira 6,0 (Regular Alto).

A análise aponta que o clube vive um dilema permanente: precisa gastar para ser competitivo em campo, mas cada avanço esportivo pressiona ainda mais as contas. Ao mesmo tempo, reduzir custos pode comprometer resultados e receita. Diante desse impasse, a PLURI indica que o caminho mais viável para equilibrar finanças e elevar o nível competitivo é a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com a entrada de um investidor estratégico capaz de reforçar caixa, reestruturar dívidas e sustentar crescimento no longo prazo.

Principais números de 2024

  • Receita total: R$ 186 milhões
  • TV/Broadcasting: R$ 100,3 milhões
  • Matchday: R$ 40,6 milhões
  • Comercial: R$ 43,3 milhões
  • Vendas de atletas: R$ 2 milhões
  • Despesas totais: R$ 227 milhões (futebol: R$ 191 milhões)
  • EBITDA: -R$ 12 milhões (margem -6,9%)
  • Resultado final: -R$ 41 milhões (margem -23%)
  • Dívida líquida: R$ 307 milhões (1,7x receita)
  • Patrimônio líquido: -R$ 275 milhões

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