A pauta da semana não poderia ser diferente. É a entrevista do presidente interino e futuro presidente Fábio Mota ao canal do Arena, do Dinâmico e do Canto Rubro-negro. Um verdadeiro pool rubro-negro
Passando o pires – A tônica da entrevista foi Mota pedindo ajuda aos torcedores. Apelou para o sentimental e esqueceu que o SMV é um produto. Fato que só foi lembrado por Anderson Matos.
Passando o pires II – Era um tal de só geramos 400 mil de receita por mês com o sócio, o time não pode ser reforçado por causa disso. No fim, ao invés de vender o SMV como um pacote de vantagens, relegou o produto a um pacote de ingressos ao afirmar que se o torcedor se associar irá aos jogos de janeiro pagando 15 reais.
Passando o pires III – De tanto falar do rival, era bom fazer um benchmarketing por lá (alô PC). O plano de sócio do time de Itinga dá uma camisa oficial por ano além de inúmeras parcerias. Apesar de ganhar a camisa, os peixes, digo os torcedores, não deixam de consumir os produtos oficiais. Imagina o que seria possível para um clube com marca própria como o Vitória?
Black Friday – Na quarta-feira (16), o clube lançou a black friday. A estratégia adotada foi desconto de 40% para quem se associasse por 6 meses, ou seja, garantir receita no primeiro semestre. Além de pagar os 6 meses, o novo sócio ainda tem que pagar 25 reais como uma tarifa de adesão.
Black Friday II – A título de comparação, o Nautico, rebaixado para a Série C e parceiro da Futebol Card, anunciou a Black Friday no mesmo dia com os mesmos 40%, mas para o ano todo. Lá, o sócio tem a opção de escolher 9 planos, inclusive para os pets. Fazendo outro benchmarketing, o novo sócio do Fortaleza receba a tarifa de adesão como voucher na loja do clube. Ao que parece, só aqui que não evolui.
Pensamento pequeno – Um dia depois da live, Mota mostrou que pretende reconstruir o clube na base da passagem de pires. Um outdoor sobre o SMV apareceu na cidade e foi muito criticado pela qualidade, ou a falta dela.
Pensamento pequeno II – Jéssica Sousa, futura conselheira eleita pela Frente Vitória Popular, criticou a peça e Mota respondeu dizendo que foi doação e a responsabilidade da criação foi o do autor.
Pensando pequeno III – Esse tweet reflete bem o pensamento do gestor: pouco se importa com a imagem do clube, aceita qualquer desde que seja de graça.
Pensamento pequeno IV – Para acabar de acabar, como fala no interior, ainda tratou a crítica como eleitoreira. Ou seja, mudam as nuvens, mas a chuva é a mesma.
Libra é melhor que SAF? – Um dos argumentos na pré eleição para o Vitoria não virar SAF era que o clube estava na série C e por isso a marca estaria desvalorizada. Afirmação justa para o momento. A nova é que a Libra é a tábua de salvação.
Libra é melhor que a SAF? II – Segundo Mota, o plano é usar a grana da Libra pra sanear o clube e assim vender com mais caro. Como um autêntico stonks, ele afirmou que era a solução para os clubes médios, porém ele usou da comunicação mais para confundir do que para explicar: A Libra é um modelo de liga como a La Liga e a Premier, enquanto a SAF é um modelo de organização, ou seja, uma coisa não anula a outra.
Libra é melhor que a SAF? III – O investimento do fundo árabe Mubadala Capital deve render entre 100 mi e 300 mi para os clubes da Libra, porém depende dos clubes do outro grupo LFF (Liga Futebol Forte). A dívida rubro-negra gira em torno de 270 mi. Ou seja, a grana da Libra deve sanear 50%. O outro argumento de Mota é que caso o clube fosse vendido, a grana ia para o bolso do investidor.
Libra é melhor que a SAF? IV – A afirmação foi ingenua ou foi feita sem pensar. Já existem mecanismos para o dinheiro de fora seja investido na instituição e não na SAF. Mota parece não entender que a SAF representa um projeto de novo clube, se for bem feita e tomado todos os cuidados. Já a grana da Libra pode representar mais do mesmo: gastos desenfreados, perpetuação do poder e um clube apequenado.
Libra é melhor que a SAF? V – Por falar em LFF, o acordo com os árabes depende diretamente do acerto com Fluminense, Athlético-PR, Atlético-MG e Internacional, clubes da primeira divisão que fazem parte da Liga Futebol Forte. Não existe desespero em fechar por parte deles, afinal o contrato com a Globo na Série A termina em 2024.
Libra é melhor que a SAF? VI – O desespero está com os times da Série B que estão nos dois grupos, afinal o contrato com a TV carioca já se encerrou e eles estão buscando novos parceiros. Pediram até ajuda para o Ednaldo. O fato é que Mota, que está na comissão que negocia os novos contratos, já admite a possibilidade de fechar com um preço abaixo dos 8 milhões por temporada.