No jornalismo, descobri que os meus melhores textos vieram ou na hora que eu estava bêbado, ou logo depois, no dia seguinte, com aquela baita ressaca. É o caso deste.
Ontem foi domingo, a Seleção Brasileira, diante de centenas de milhares de olhos tupiniquins desconfiados, despachou o favoritismo da Fúria para a Europa, “dionde” jamais deveria ter saído. O placar de 3 a 0 não deixa nenhum ar de dúvida acerca do famigerado – e tão esperado – confronto Tradição x Técnica, onde o tradicionalismo favoreceu em campo. Os cinco títulos mais o objetivismo pregado na partida pelo já conhecido Big Phil (sim, aquele quase careca rabugento que maestra os canários na beirada do campo) foi a tacada certa. Enfim, este é um site sobre o Vitória, nada a ver falar da Seleção aqui.
Mas o que realmente tem a ver – e apenas – é que em jogo do Brasil, aquele momento, único, por sinal, que somos patriotas – não falo daquele de quando votamos, quando somos bestas – é justamente o momento que paro, sento no sofá e faço inúmeros levantamentos de copos de brejas e mais brejas (cachaça, seu “sem gíria”). No outro dia, ora, me acordo com uma dor de cabeça tão braba quanto a atual situação dos atletas do Bahia, que de FGTS só devem saber as siglas. É a ressaca, maldita ressaca.
Certo. E o que isto tem a ver com o Vitória ainda? Pois bem, digamos que a ressaca me traz um arrependimento do tipo “antes tivesse bebido suco sem álcool (ainda há possibilidade do teor ser alcoólico quando disponho de uma boa garrafa de vodka) e apenas ter assistido ao meu jogo ‘de boa'”, mas não, não faço isso e tampouco penso. Bebo mesmo. E o arrependimento nem é religioso, é de ter feito a escolha errada.
Falo mesmo é do Vitória de Alexi, de Carneiro e pouco menos da torcida e das oportunidades. Falo desse time que, diante de tantos erros, salvo bons momentos, conseguiu me deixar com aquele ar de “put# que pariu, David Luiz me salva uma bola dessa” misturado com “podia ainda estar no Vitória, se não fosse…”. E Hulk? Tá, não jogou para inglês ver em toda a Copa das Confederações, mas que foi peça chave no jogo da final, jogou, mas jogou mesmo para os nossos antigos – ou atuais – dirigentes aprenderem que existem escolhas que nos deixam com uma boa e bela ressaca. Que outrora nos traz ao arrependimento. Arrependimento este que dificilmente será trocado pelo sentimento de bom trabalho, de escolha exata e de profissionalismo.
Apenas babemos, pois, no Chelsea, David Luiz brilha, quando para o Vitória sua estrela nem chance teve de ofuscar. Observemos também o Hulk, mostrando, timidamente, na Seleção e, escancaradamente, no Zenit, o seu futebol que na Bahia teve preço de banana.
Só pencas nos restam, infelizmente. E que aprendizados perpetuem-se dentro da diretoria, para que investidas ruins como estas jamais se repitam.
A janela abriu hoje. Bom pensar bem.