Por Franciel Cruz
Os consultores, estes xavequeiros mudernos que vivem a encher as burras, nas palestras da vida, enganando os incautos, otários e afins, costumam dizer que crise significa perigo, mas também oportunidade.
Nero ar.
Conversa de culhudeiro. Crise, seja na origem grega, latina, chinesa ou no Nordeste de Amaralina, significa… crise, POBREMA. E é um momento para ser superado. E ponto final. Ponto final, vírgula, ponto parágrafo, pois os dados e a bola ainda estão rolando.
Sim, é fato que a bola não estava rolando redondamente, tanto dentro quanto, especialmente, fora das quatro linhas. Existiram barbeiragens. Muitas. Porém, é importante ressaltar, sublinhar, destacar, lembrar e relembrar que os problemas no Esporte Clube Vitória não surgiram agora. Ao contrário. São seculares, familiocratas. Portanto, nem venham repetir esta ladainha de que o entrave é de ordem democrática.
Pra cima de moá, não. Quem come agá é Dona Otília de Cafarnaum, que escreve Otel assim, com ó. A democracia no nosso Clube ainda nem começou. Esta conversa escrota só interessa aos aventureiros de terceira, aqueles, e aos jabaculezeiros, que querem enganar os incautos do mesmo modo que os palestrantes culhudeiros iludem as plateias desatentas sobre a etimologia da palavra crise.
Pois bem.
Esta conversa está lhe causando desconforto, né, minha comadre? Sim, é este o objetivo. Retorno a esta impoluta tribuna exatamente para sugerir que voltemos a realizar reflexões que nos ajude a sair da inútil zona de conforto que aprisiona nossas certezas e também para que possamos ajudar nosso time a sair desta maldita zona.
Então, sem mais longas nem delongas, vamos falar de jangada que é pau que boia. O Vitória começou a ganhar o jogo de ontem contra a Ponte Preta antes mesmo do apito do sacana de amarelo. E, por mais paradoxal que possa parecer, o motivo do triunfo foi causado pelo desconforto. Sim, quando anunciaram a contusão de Clayton Xavier, que atualmente atua improvisado como jogador, tudo mudou. Os semblantes no Barraquistão se iluminaram. Parecia até (quem sabe) que o Leão iria finalmente começar a disputar o campeonato.
E já que adentramos no campo dos enroladores, vou repetir aquela tradicional frase de autoajuda: é incrível o poder que as coisas parecem ter quando elas têm que acontecer.
Vejam vocês, gasolina já subiu de preço, mas o astral mudou completamente. Até Carlito Trellez, que estava se enrolando com a redonda mais do que deputado indeciso pra justificar voto, foi certeiro. Primeiro, abriu o placar com uma cabeçada. Depois, fechou o pacote ao receber belo passe do injustiçado David. Aliás, o que o menino da camisa 27 tem feito sem reconhecimento não está em nenhum gibi. Eu mesmo já contei uns 80 excelentes passes (assistência quem presta é a Samu) para os outros atacantes rubro-negros.
Mas derivo.
O fato é que, depois de um longo e tenebroso inverno, o Vitória voltou a jogar algo parecido com futebol. Até o craque desligado Neilton guardou o dele. Espero que agora acorde definitivamente. Pois o mais importante já aconteceu. O que? Ora, voltou a rolar aquela velha e imbatível sincronia do time com as arquibancadas. E quando esta mágica sobrenatural de almeida acontece nem Gilberto Gil segura mais a Bahia.
Eu ouvi um amém libertador, igreja?