Diversos goleiros marcaram época no Esporte Clube Vitória. No início da década de 1960, Zé Carlos, Ouri e Wilson Góes foi quem tiveram vez na vaga de titular. Em meio a estes, surgiu Detinho, um que diferentemente dos demais possuía uma estatura baixa para sua posição, mas executava seu trabalho de forma bem satisfatória para a torcida. Tal fato é comprovado, por hoje ele ser figurado como um dos maiores jogadores do clube na posição.
Diodete Pereira Coelho nasceu na cidade de Jequié-BA no ano de 1946. Para poder atuar no futebol do Comercial (time amador), de Vitória da Conquista, teve de forjar uma falsa identidade na qual constava que o mesmo havia nascido em 12 de junho de 1941. Isso o fez estrear mais cedo entre os profissionais.
Mal não lhe fizera. Logo adquiriu uma vasta experiência no esporte bretão e no ano de 1962 foi contratado pelo Ypiranga. No ano seguinte já estava no rubro-negro, mas regressou para o aurinegro em seguida. Em 1966 chegara ao Vitória destinado a virar ídolo. O time havia conquistado o Baianão nos dois anos anteriores. Desta vez ficou no quase. O Leônico levou o título com dois triunfos contra um.
Nos anos da década que se seguiram, o Leão da Barra não chegou a final do Campeonato Baiano. Mas Detinho não deixou de ser figura fundamental no elenco. Em 1968 fez parte do chamado “Timão”, que continha além do próprio: Romenil, Coutinho, Teixeira, Tinho, Canhoto e Kléber Carioca. Porém, neste ano quem foi considerado o “craque do ano” foi o outro goleiro da equipe, Betinho, que compôs a seleção dos melhores da Bahia.
Da mesma forma, Detinho com seu sóbrio futebol e suas defesas seguras conquistou a torcida. No ano de 1970 despediu-se do Vitória para seguir sua carreira no Santa Cruz. Os torcedores rubro-negros foram até o aeroporto com o propósito de evitar seu embarque. Em meio a isso, o então presidente Albino de Castro quase foi agredido.
Detinho encerrou sua carreira em 1979 no Tiradentes-PI. Faleceu no dia 12 de Setembro de 2001. Mas foi eternizado no “Time dos Sonhos” do Vitória, feito pelo Jornal Correio.