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Barradão 30 anos: A era Alexi e seus altos e baixos; rebaixamentos, títulos e conquistas marcantes

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Em 30 anos, o Barradão só viu cinco presidentes: Paulo Carneiro, Ademar Pinheiro, Alexi Portela, Carlos Falcão e Raimundo Viana. Nenhum desses teve tantos altos e baixos como Alexi Pelágio Portela, empresário do ramo de telefonia, que assumiu o clube em 2006.

A era Alexi começou em 2006 com o Vitória pela primeira vez na Série C. A nova realidade era dura para os rubro-negros aprenderam a encarar grandes times do futebol brasileiro, mas iria se acostumar a ver o rubro-negro jogando contra Pirambu/SE, Treze/PB e Tuna Luso/PA.

No Baiano, três decepções…

Quantas decepções é possível ter em uma década no Campeonato Baiano? Uma, duas ou três? Quem optou pela última opção com certeza é torcedor do Vitória.

O ano de 2006 poderia ser marcado pelo primeiro pentacampeonato baiano do Vitória, mas vai ser lembrado como o primeiro título do Colo-Colo. Comandado pelo baiano Ednei, o time de Ilheús ganhou os dois turnos daquele certame e levou o caneco. O derradeiro foi um chocolate de 4 x 2 em pleno Barradão.

Cinco anos depois, o rubro-negro teve outra grande oportunidade de conquistar o penta baiano. Mais uma vez contra um time do interior e outra decepção. O algoz foi o Bahia de Feira, que venceu o Vitória por 2 a 1 no Barradão e levou o título da edição 2011 do Baiano. O gosto amargo veio forte na boca dos rubro-negros.

Em 2015, novamente o Colo-Colo foi capaz de calar o Barradão. O time de Ilheús precisava vencer por dois gols de diferença para se classificar para as semifinais do Baianão e conseguiu. Mais lamentações pelo lado rubro-negro.

A década não foi só de desgraças. Ela ficou marcada por seis títulos estaduais e o Barradão só não foi palco da grande final deste ano. O Leão venceu o Bahia por 2 a 0 no Barradão, foi derrotado por 1 a 0 na Fonte Nova e garantiu o 28º título estadual.

Acessos inesquecíveis, rebaixamentos e permanência vergonhosos

Se no Baianão, o Barradão foi mero coadjuvante, no Brasileiro, ele foi personagem principal e viveu grandes momentos. O destino quis que os três dos quatro acessos conquistados pelo Vitória fossem conquistados no Manoel Barradas.

O de 2006 foi o mais tranquilo e o mais esperado. A torcida do Vitória não merecia a Série C e foi ao Barradão na tarde do dia 19 de novembro empurrar o time rumo ao acesso.

O adversário foi o Ferroviário e o resultado foi um show de Leandro Domingues. O camisa dez marcou três dos quatro gols rubro-negro naquela partida. Indio fechou o placar.

No ano seguinte, com o Barradão, novamente lotado, o Vitória voltou a primeira divisão. O adversário, assim como no ano anterior, foi o nordestino CRB e veio outra goleada, dessa vez, por 4 a 1. Joãozinho, Apodi, Jackson, Willians Santana foram os autores do gols.

Nem só de acessos, viverá o Barradão. Os últimos rebaixamentos do Vitória foram consumados no estádio. Em 2010, após grande campanha na Copa do Brasil, o Vitória precisa de um simples triunfo contra o Atlético/GO para se safar do rebaixamento, mas não saiu de um 0 x 0 e o Barradão ficou calado.

No ano seguinte, o Barradão foi palco de um Barradanazzo. O Vitória precisava vencer para deixar o acesso bem encaminhado e conseguiu logo aos 12 minutos o primeiro gol com o zagueiro Jean, mas no segundo tempo, a sorte do Leão virou.

Aos 43, Antônio Flávio empatou de cabeça. Cinco minutos depois, o volante Zé Luis bobeou e Geovani marcou a virada do São Caetano. A tarde, que começou com festa, terminou com tristeza.

Após a tempestade, vem a bonança. E ela veio com o acesso em 2012 com, assim como foi nos outros, Barradão lotado. O adversário foi novamente um time nordestino. O Ceará não facilitou e o Vitória suou ao empatar por 1 a 1.

Repetindo o filme de 2010, em 2014, o Vitória precisava vencer para se manter na série A, mas foi derrotado pelo Santos por 1 a 0 e o Barradão viu o seu terceiro descenso em 30 anos.

Em 2015, o Vitória subiu, mas o palco escolhido pela diretoria, foi Arena Fonte Nova. A escolha do estádio aconteceu próximo ao aniversário de 29 anos do Barradão. Apesar de não ter sido protagonista no final, foi no Manoel Barradas, que o Leão venceu jogos importantes incluindo uma goleada acachapante contra o Bahia por 4 a 1.

Barradão: Goleiro, zagueiro, meia e centroavante na Copa do Brasil 2010

A Copa do Brasil foi o momento da história que o Barradão atuou como um verdadeiro ‘centroavante’. Centroavante só não. Goleiro, zagueiro, meia, coração. O Barradão começou a jogar logo na estreia. Após perder em Alagoas por 3 a 1 para o Corinthians/AL, o Vitória precisa vencer por, pelo menos, 2 a 0 para classificar, mas apesar do placar de 4 x 0, o jgo foi sofrido. O primeiro gol só aconteceu aos 44 minutos da primeira etapa com gol de Junior. O segundo gol, aos 26, com Renato. Aquele 10 de março ficou marcado pelo primeiro gol de goleiro no Barradão: Viáfara aos 37 minutos da segunda etapa marcou um golaço de falta.

Na segunda fase, outra goleada. Dessa vez, a vítima foi o Náutico e o placar foi de 5 a 0. Aquele dia foi histórico. Ramon Menezes abriu o placar de falta e marcou o 40º gol dele no Barradão. Junior, Nino, Elkeson e Renato fizeram os outros. Naquele dia, o Vitória perdeu dois pênaltis com Ramon e o goleiro Viáfara. O Goiás, adversário seguinte, sofreu como os outros dois. O time goiano saiu do Barradão com uma goleada por 4 a 0. Aos poucos, a torcida ia comprando a briga e o Barradão ia jogando.

O Vasco, algoz na Copa do Brasil 2009, foi o adversário das quartas de finais. E o Vitória ganhou novamente sem sofrer gols. 2 x o com gols de Renato e Neto Berola. No Rio, sofrimento, mas vaga garantida na semifinal. Após seis anos, o Leão voltou a etapa final da Copa do Brasil, mas dessa vez, a decisão seria no Manoel Barradas.

No primeiro jogo contra o Atlético/GO, derrota por 1 x 0. O Barradão topou a briga e mais de 35 mil pessoas lotaram o estádio para empurrar o time rumo ao feito histórico de chegar a uma final da Copa do Brasil. Uelliton, Junior Pipoca, duas vezes e Viafara fizeram alegria dos torcedores. E o Leão chegou na final e sem sofrer gols no Manoel Barradas

A possibilidade de título era grande. A decisão era no Santuário, mas o time sofreu na Vila Belmiro e foi derrotado por 2 a 0. Mais do que nunca, o Barradão precisava jogar e ser o 12º jogador do Vitória e foi. Valente, brioso, pulsante.

Não havia um rubro-negro nos mais de 35 mil pessoas estavam no estádio que não acreditava no título. Mas o Santos abriu o placar com Edu Dracena. Era o primeiro e único gol sofrido pelo Leão no Manoel Barradas.

A torcida não desistiu. Nem o time. Existia uma força sobrenatural empurrando os rubro-negros. Do goleiro Viafara, que sofreu uma luxação no dedo, até Junior Pipoca, o time vibrava e acreditava. Wallace empatou o confronto no começo do segundo tempo. O Barradão? Era um misto de alegria e ansiedade.

Os minutos passavam e Viafara fez uma defesa digna de cinema numa finalização de Ganso. Ainda eram precisos dois gols. Renato acertou o travessão. Apesar de pouco tempo, a sensação era que ainda tava. E ela cresceu quando fez um golaço.

Ainda dá, falavam os rubro-negros. O time tentou até a última gota de suor, mas não deu. O Santos saiu campeão, mas o sentimento de luta não deixou que os torcedores do Vitória saíssem com a cabeça baixa: eles cantaram o hino a plenos pulmões. Sim, o Barradão jogou!

2016: O que será que será?

Pela primeira vez na sua história, o Barradão será palco de uma eleição. Indireta, mas é uma eleição com três chapas. As três terão a missão (quase obrigação) de apresentar um projeto de reformulação do trintão Barradão.

Em campo, assim como em 2010 e 2014, o Vitória deverá decidir a sua sorte no Barradão. Possivelmente lotado e contra o Palmeiras, campeão brasileiro. Seja como for o jogo, os jogadores podem ter a certeza: o Barradão jogará junto!


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