Segunda melhor campanha, o ataque mais positivo, uma das melhores defesas da competição e vencedor de dois clássicos. Na prática, esses números dariam ao Vitória um rótulo de favorito ao seu 27º título estadual, não é? Mas será que existe realmente um favorito nesta final?
Já é de praxe de todos os comentaristas, torcedores e até mesmo dos clubes afirmarem que o futebol é jogado em campo, 11 contra 11, sem favoritos. Se formos analisar os números da caminhada do Vitória até aqui, veremos o time com uma campanha esmagadora em relação ao nosso adversário da decisão. Já no campo, a história não é a mesma. Até a primeira partida da grande final, o rubro-negro tinha atingindo um aproveitamento de 75%, com sete vitórias (duas em BaVis), nenhum empate e três derrotas. Arrisco-me a falar que, tirando os dois clássicos, o Leão ainda não deu ao seu torcedor uma confiança em dizer que o time será campeão de forma absoluta. As derrotas contra o Botafogo (1×0), Juazeiro (1×0) e Juazeirense (2×0), deixaram todos os leoninos com certa “pulga atrás da orelha”.
Tirando o revés contra o semifinalista Juazeirense, os outros dois resultados negativos não se tornaram atípicos. Foram derrotas que serviram para abaixar a bola do elenco e mostrar que temos várias falhas a serem consertadas. Apesar de ser o melhor ataque do Baianão, não temos um camisa nove que passe confiança. Na zaga, a história ainda é pior. Somos a terceira melhor defesa da competição, mas estamos longe de sentir uma total segurança nela. Temos a segunda melhor campanha e a vantagem de jogar por dois resultados iguais na grande final, mas perdemos para clubes como Botafogo e Juazeiro, jogando em nossos domínios.
Se analisarmos esses números e compará-los aos do nosso rival, vemos que toda essa desconfiança pode cair por terra. Só que o futebol não é jogado com números e comparações. Futebol é o esporte mais apaixonante do mundo por dar a possibilidade ao menor ganhar do maior, do lanterna ganhar do líder e do segundo ganhar do primeiro. Não podemos cravar que o Vitória é favoritíssimo ao caneco, mas podemos dizer que o retrospecto rubro-negro é bem melhor e mais confiável ao do tricolor, que somou apenas três vitórias, cinco empates e duas derrotas em todo Campeonato Baiano.
Foto: Lúcio Távora/Agência A Tarde/ Estadão Conteúdo