Obviamente, uma das noites mais tristes para o torcedor rubro-negro foi ontem. A goleada de mão aberta acende o alerta na cabeça de muitos que já acreditavam na classificação antecipada do Esporte Clube Vitória. Não é bem assim. E o jogo de ontem é uma boa prova disso.
Há alguns jogos que o meio de campo do Vitória não está mais se encaixando. Léo Gomes, Dionísio e Eduardo têm falhas tanto na parte defensiva quanto na parte ofensiva. Esquecido na última linha com o centrovante, Eduardo fica muito distante da construção de jogadas, da saída de bola, apesar de continuar fazendo o seu papel, quando tem a chance, de servir os companheiros como no gol solitário de Santiago Tréllez.
O que mais preocupa são os espaços no meio de campo do Leão. Repetidas vezes, a segunda bola ficou com o Figueirense para retomar as jogadas de ataque (vide rebote de escanteio do segundo gol). Na saída de bola, vimos, novamente, lançamentos de Alan Santos tornarem-se infrutíferos. Dionísio, mais uma vez, teve partida irregular, com momentos em “dormiu” em campo tanto na parte ofensiva quanto defensiva e, quando teve a bola, tentou lançamentos equivocados. Léo Gomes também não vem em boas atuações e deixa muito espaço no miolo da zaga (vide quarto gol do Figueirense em que Marco Antônio toma o drible ao sair para o combate). Esse setor hoje é o maior problema do Vitória.
É claro! Na partida de ontem, outros jogadores tiveram mal desempenho. Alemão errou tudo que pode durante a partida e Iury conseguiu ser expulso com 16 minutos de campo (segundo amarelo duvidoso, mas não redime o erro do atleta). Rafinha e Luidy também não foram bem nas pontas ofensivas.
Time que ganha não se mexe?
A grande dúvida do futebol atingiu o Leão. Com nove jogos invicto, o treinador João Burse optou por manter a equipe vencedora, mesmo com o rendimento da equipe abaixo do esperado nos últimos jogos. Jogadores como Gabriel Honório, que vem entrando em todas as partidas, não têm tido oportunidades no time titular enquanto outros atletas como Luidy e Dionísio não apresentam o mesmo desempenho e a mudança, certamente, alteraria o padrão do jogo vitorioso do atual técnico.
Outro puxão de orelha a ser dado no técnico rubro-negro faz referência às mudanças durante o jogo do Figueirense. Um exemplo é ter substituído Honório por Eduardo, ao invés de outro atleta. Eduardo não vinha fazendo uma partida tão ruim quanto Dionísio, por exemplo.
Como o placar foi expressivamente negativo, impactando inclusive no saldo de gols rubro-negro, chegou o momento do técnico rever a equipe titular para as próximas partidas contra o ABC. Especialmente dentro de casa, quando a equipe terá que propor o jogo.
No mais, é levantar a cabeça e colocar na balança o que já foi construído. É um forte trabalho mental para que domingo o Leão mostre porque ainda é um dos grandes postulantes ao acesso à Série B 2023.