
A Frente Vitória Popular (FVP), grupo formado por sócios e torcedores do Esporte Clube Vitória, emitiu uma nota oficial nesta quarta-feira denunciando o que considera graves ilegalidades cometidas na Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo, realizada no dia 11 de setembro de 2025.
Na ocasião, foi aprovada a cessão de 15% dos direitos comerciais do clube por 50 anos (2025–2074) à Liga Forte União (LFU), em operação estimada em R$ 68,2 milhões. A FVP afirma que o processo desrespeitou normas estatutárias e compromete o futuro do clube.
Segundo a análise da ata e do Estatuto Social, a operação deveria ter sido enquadrada como alienação patrimonial, o que exigiria quórum de dois terços do Conselho Deliberativo. A votação, no entanto, ocorreu por maioria simples — 54 votos favoráveis em 92 votantes. “A tentativa de reclassificar a operação como antecipação de receita é uma manobra para contornar o estatuto”, acusa a entidade.
A FVP também aponta falta de transparência na convocação da reunião, que apresentou uma pauta genérica e não explicitava o caráter de longo prazo do acordo. Outro ponto destacado foi a unificação em uma única votação de dois temas distintos: a venda dos direitos e a adesão à LFU.
O grupo ainda critica os termos financeiros, classificando a operação como temerária: “Vender o futuro do Vitória por 50 anos por um valor líquido de aproximadamente R$ 43 milhões é um negócio danoso ao patrimônio do clube”. A nota questiona ainda trechos da ata que mencionam compensações com valores já recebidos antes da aprovação do Conselho.
Outro ponto levantado é a divergência entre o que foi aprovado e o parecer do Conselho Fiscal, que teria tratado apenas de uma operação financeira até 2029. Para a FVP, isso reforça a irregularidade do processo.
Diante das denúncias, o grupo informou que protocolou requerimentos junto aos presidentes do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal, cobrando posicionamento. Caso a decisão seja mantida, a Frente promete recorrer à Justiça para pedir a anulação do processo.
“A torcida rubro-negra deve permanecer atenta e vigilante. O futuro do Vitória não pode ser decidido de forma irregular e sem transparência”, conclui a nota.