Início Colunas Memórias do Leão João Marcelo… o xerife de 93

João Marcelo… o xerife de 93

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Nos idos do ano de 1993, figurou na zaga do Vitória um zagueiro já conhecido da torcida baiana. Com classe e maestria foi o mentor intelectual da boa fase que se alastrou na defesa rubro-negra durante o ano. Se meia década antes, um novato João Marcelo fazia dupla com Claudir na defesa do rival Bahia no título brasileiro de 1988, cerca de cinco anos depois, o Vitória pode contar com a sua experiência na Toca do Leão.

João Marcelo Ferreira de Paulo nasceu em Salvador no dia 24 de junho de 1966. Filho de mãe rubro-negra, ele ingressou na base do Esporte Clube Bahia nos anos 80 e em 1988 compôs a zaga do elenco que conquistaria o Campeonato Brasileiro em março do ano seguinte. Em 1990 transferiu-se para o Grêmio, onde conquistaria o título de campeão gaúcho daquele ano. No clube gaúcho adquiriu ainda mais experiência, mesmo com tendo algumas lesões como percalços. Enfim em 1993 o Vitória o trouxe de volta a Boa Terra por meio de um empréstimo.

Com status de titular, João Marcelo chegou ao clube como referência para a zaga. Seu primeiro gol envergando o manto rubro-negro aconteceu ainda na sua estreia, um 3 a 0 em cima da Catuense em fins de março pelo Baianão. De cabeça ele deixou sua primeira marca. Junto de uma geração bastante jovem, ele fez sua primeira dupla de zaga no Leão ao lado de Agnaldo Liz. Posteriormente surgiram nomes como Edson Santos e China que junto a ele defenderam o Vitória na memorável campanha do Brasileirão. Pela competição nacional, João Marcelo jogou em vinte dos 24 jogos disputados pelo Decano. Tendo sido o único atleta baiano a jogar duas finais nacionais pelos dois clubes do estado.

Advindo do Grêmio, o zagueiro chegou ao clube em 1993 para ser titular.

Durante a campanha, outro gol de cabeça. Desta vez na vitória em 2 a 1 contra o Remo na primeira fase da competição. A equipe paraense foi a sétima colocada do certame naquele ano. Mas era na defesa que o zagueiro dominava o campo de batalha. Num do seus jogos mais marcantes, segurou as pontas contra o Goiás ao lado de Edson Santos após a expulsão do zagueiro China. De pênalti o Goiás abriu o placar, mas o Leão virou a partida para 3 a 1 na Fonte Nova.

Outra de suas grandes atuações se deu na segunda fase da competição, num 2 a 1 contra o Corinthians. Entre carrinhos bruscos e desarmes sutis o time paulista poucas chances obteve frente ao Leão da Barra, que daquela fase se classificou para a sua primeira final de Série A da história. Mesmo com a derrota para o Palmeiras, João Marcelo ficou marcado como xerife de zaga da geração cara pintada. Uma transformação no futebol de um tradicional clube que chegara ali mesclando pratas da casa com a experiência de jogadores como ele.

João Marcelo na marcação de Edmundo na final do Brasileirão contra o Palmeiras. (Créditos: Revista Placar)

Em 1994 o zagueiro continuou no Vitória e disputou toda a temporada. Desta vez o clube não deu a mesma sorte no certame nacional. O clube por pouco não caiu de divisão. Com a chegada do treinador Geninho, o rubro-negro se salvou da queda. O elenco também já não era o mesmo do ano anterior, mas os remanescentes acabaram fazendo o dever de casa. Naquele ano chegou a conquista com o clube o Torneio da Uva, competição amistosa disputada no Rio Grande do Sul. Ainda assim João teve que lidar com as velhas lesões, companheiras da época de Grêmio. Em meados de 1995 ele se transferiu para o Santo André após ter o passe comprado por um grupo de empresários.

A partir dali ele passou por clubes como Ponte Preta e Náutico e encerrou a carreira em na Desportiva-ES. Hoje, aos 53 anos, João Marcelo vive em Salvador.


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