Após a derrota por 1×0 no Couto Pereira e a eliminação na primeira fase Copa Sul-americana nos pênaltis para o Coritiba, o rubro-negro Leandro Santiago resolveu desabafar no grupo do Arena Rubro-Negra no Facebook. Confiram na íntegra o relato emocionado, porém racional do torcedor.
Desculpem-me insistir nesse assunto, sobretudo considerando o estado emocional da maioria de nós após mais um insucesso (é f*#a esse nosso time), mas vamos refletir por um bem comum, que é o crescimento do nosso clube: Não existe receita para se torcer, disso todos estão cansados de saber. Futebol é 95% de paixão/sentimento e 5% de loucura (rs), cada um sabe o que faz ou deixa de fazer pra se considerar um apaixonado pelo seu clube. Agora, o que me soa estranho é uma tentativa de se encontrar o culpado pela trajetória instável do ECV, apontando o dedo para a própria torcida! Lembro que falei neste mesmo fórum, após o nosso triunfo sobre o São Paulo, com o publico de 11 mil pagantes (total de 14 mil e poucos), acerca do comportamento do torcedor do Vitória, de modo que não quero ficar aqui dizendo tudo aquilo outra vez. Mas acho que hoje, após as seguidas derrotas fora de casa e do jeito que elas aconteceram, penso que seja mais fácil compreender porque o torcedor vai e lota numa série B, por exemplo, mas não consegue se empolgar num campeonato desses. Não forma como o estamos disputando! Masoquismo? Gostamos de sofrer? Acho que não. É uma consciência e um temor misturados. É aquele pé atras de não mais se empolgar, pra que a decepção não seja grande. É o cansaço mental promovido pela a história repetitiva de fracassos nacionais. É ser soberano, quando os adversários são menores, quando a expectativa de títulos é concreta (como a melhor campanha num 1º turno de série b ano passado). Isso justifica a ausência da torcida em si? É “o” comportamento ideal? É assim que vamos evoluir?
Seria muita presunção da minha parte querer responder essas perguntas, mas um caminho eu posso apresentar, que é o olhar pro passado. Vamos pensar nos nossos pais, nossos avôs. Eles sofreram o pão que o diabo amassou, se hoje nós já passamos maus bocados, imaginem há 40 anos atrás, onde (segundo meu velho) já íamos pra fonte nova com a bandeira escondida, pra não ser alvo de chacota. Os privilegiados como eu, que tem menos de 30 anos, é que puderam comemorar conquistas regionais, crescimento estrutural e de torcida e uma diminuição significativa na distancia pro rival (?). Depois de constatar essa espécie de sina que nos acompanha e perceber que o nosso crescimento, mesmo que a passos mais lentos do que poderia ser, aconteceu, eu me recuso a atirar pedras na torcida e atribuir a ela toda e qualquer responsabilidade pelos infortúnios dentro e fora de campo no ECV. Pode soar muito romântico, muito clubista e essas coisas, mas falar mal de nós mesmos diante de tantas coisas bizarras que acontecem no Vitória, é a minha ultima opção pra tentar explicar nossa atual situação. Minha sugestão? ASSOCIAR, ASSOCIAR E ASSOCIAR.
E pra terminar sem deixar de alfinetar: ele pode achar que todos tem memória curta, mas em 2010 nós jogamos o campeonato brasileiro todo com um tal de jonas improvisado na lateral direita (porque Nino estava na 2ª casa dele, o DM), nós penamos sem atacante e esse cidadão disse que traria um jogador de “400 mil”, como se só o salário justificasse a contratação. E desembarcou em Salvador Cléber Pereira. Em 2006 perdemos pra um time amador no Barradão, em 2011 ele culpou Viafara. Também em 2010, a torcida que ele tanto esculacha, colocou quase 40 mil nos últimos 4 jogos do brasileiro, quando brigávamos pra não cair. Estamos há quase 3 anos sendo humilhados pelo fornecedor de material esportivo, esperando há mais de 6 meses por campanhas de divulgação do SMV, etc…
Torcida culpada pra mim, só se nada do que eu disse acima tivesse acontecido na gestão que está no poder esse tempo todo. É isso, desculpem o desabafo.
* O texto publicado é uma reprodução. Todos os direitos são reservados ao torcedor Leandro Santiago.
Foto: Eduardo Martins/ Ag. A Tarde
