Existe um dado momento da história da moda no futebol que cria um cisma entre as camisas verdadeiramente antigas e as novas. Os anos 90, com toda sua globalização, sua difusão de conhecimento e sua popularização do futebol via televisão, criou uma nova forma de olhar camisas. Se antes, clubes de primeira divisão como o Vitória, mal tinham uniformes a ponto de ter que reutilizá-los durante todo a temporada, na década próxima ao século XXI, os uniformes ganharam alto poder de comercialização, expandindo o leque para outros itens.
Para esse cisma acontecer, foi preciso que as camisas de futebol dos clubes passassem por um processo de modernização. De 1992 em diante, a malha esportiva tomou conta das camisas do Leão e veio pra ficar. Mas até o início dessa década, eram as camisas de algodão que pesavam sobre os corpos dos 11 que entravam em campo. Foi com este modelo, que o Vitória conquistou o seu terceiro bicampeonato da história, em 1989 e 1990.
A camiseta com o patrocínio do Banco Econômico já havia sido usado no Brasileirão de 1988. Jogadores como Edvaldo PT, Ben Hur, Luciano e Bigu vestiram o manto no ano em que o treinador Valmir Louruz assumiu o comando da equipe. O banco, que tinha como patronos muitos conselheiros rubro-negros ligados à família Catharino, estampou seu nome na camisa rubro-negra em permuta por um débito do clube.
Mesmo sendo usada no ano anterior ao título estadual, a camisa se notabilizou pela conquista da competição. O time que chegou a ser treinado por André Catimba em mais de 15 oportunidades, voltou a postar-se como campeão do torneio que não vencia desde 1985. O Vitória iniciou no Baianão com um triunfo sobre o Leônico por 2 a 0 com gols de André Carpes e Rosinaldo. Em seguida, atletas como Hugo, Jairo, Ronaldo Silva, Alberto e o nigeriano Benjy também marcaram vestindo a camiseta, o que contribuiu para a conquista da taça.
Já a camiseta usada na conquista do Campeonato Baiano de 1990 teve o patrocínio da Coca-Cola. Patrocínio que estava presente na camisa de outros grandes clubes do futebol brasileiro naquele ano. Os nomes que figuraram na conquista do bicampeonato foram: Hugo, Missinho e Roberto Gaúcho. Naquele ano, o Vitória venceu o Bahia em três ocasiões da competição. Passou também pelo Galícia, Leônico, Fluminense de Feira, e outras equipes. E foi em cima do time de Feira de Santana que o clube sagrou-se bicampeão baiano. Na Fonte Nova eram decorridos 70 minutos de jogo, quando faltou luz. Após muita confusão, os atletas do tricolor não quiseram esperar e deixaram o estádio. Com o empate em 0 a 0 a taça novamente foi para as mãos do decano.
A camisa com o patrocínio da Coca-Cola continuou a ser usada no ano seguinte, no Campeonato Brasileiro. Um dos jogos notórios com a camisa em 1991 foi o 1 a 0 em cima do Bahia com gol marcado por Júnior.
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