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No Vitória, santo de casa tem mais chance de fazer milagre

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Seria injusto da minha, da sua, ou da parte de qualquer pessoa relacionada ao Vitória guardar uma imagem negativa do técnico Vágner Mancini. O momento atual do time em campo, juntamente com os resultados ruins fizeram com que ele fosse demitido. Mas Mancini não deixou de ser um bom treinador por conta disso. Foi ele quem ascendeu o clube à primeira divisão no ano passado e foi campeão baiano deste ano.

O ex-comandante tem que ser lembrado principalmente pelos feitos positivos, mas como ele próprio disse em uma entrevista coletiva: “…Tudo na vida são ciclos…” e o dele neste momento foi forçado a se encerrar pela má fase da equipe rubro-negra – o que não tira o rótulo de treinador vitorioso do enxadrista Vágner Carmo Mancini.

O primeiro semestre de 2015 foi uma tragédia, uma lástima. Time que ganhava jogando mal com Ricardo Drubscky, time que jogava mal e perdia com Claudinei Oliveira e por aí vai. Desclassificado precocemente do Campeonato Baiano, Copa do Nordeste e Copa do Brasil, estreou com derrota em casa para o Sampaio Corrêa, não só treinadores foram demitidos como o presidente da época renunciou ao cargo e a torcida gritava das arquibancadas “time sem vergonha”.

O ambiente no Barradão era o mais pesado possível e a expectativa inicial na Série B era de pelo menos não cair para a terceira divisão. Após a eliminação da Copa do Brasil, Claudinei Oliveira não resistiu ao cargo e deu lugar a Wesley Carvalho. O clube estava desnorteado – mais preocupado em desmentir a imprensa do que informar ao torcedor através do site oficial que o auxiliar comandaria o time contra o Bragantino, pela terceira rodada da Série B. Recorde-se aqui.

Perguntei ao Wesley umas quatro vezes no ano passado e até hoje não entendo como ele mudou completamente o rumo do Leão. Logo na estreia dele, 4×1 para o Vitória, fora a excelente exibição dentro de campo e os novos gritos dos torcedores presentes no Barradão: “time de guerreiros”. Depois disso foram mais três jogos, sendo 2 triunfos e uma derrota para o Botafogo fora de casa, até entregar o time no G4 ao técnico Vágner Mancini e melhorar o clima no clube.

Embora desta vez seja a primeira divisão, ninguém conhece tão bem o elenco do Vitória quanto os profissionais que vivem dentro do Barradão. Com sua capacidade de extrair o que cada jogador tem de melhor, acredito no potencial e na capacidade do auxiliar Wesley Carvalho, independentemente de divisão ou momento do time na competição.

Será que os treinadores que estão no mercado, como o próprio Argel Fucks, que está próximo de ser anunciado, vão proporcionar um melhor futebol, ajustar o sistema defensivo, vencer as partidas e tirar o time imediatamente da zona de rebaixamento? Qual deles conhece mais a personalidade pessoal e profissional dos atletas deste elenco rubro-negro do que Wesley?

Alguns podem dizer que ele não tem renome, mas guardadas as devidas proporções, Rogério Micale tinha nome suficiente para treinar a seleção brasileira comandada por Neymar? Poucos acreditavam, mas ele conquistou o ouro inédito em Olimpíadas. Micale aproveitou a oportunidade e conquistou a confiança dos atletas e da nação.

Como última lembrança: Se o torcedor do Vitória não torcer pelo bem do clube, não apoiar o time em campo e não cobrar PACIFICAMENTE por melhorias, quem vai fazer isso?

Não sou dirigente para definir quem vem ou quem deixará de vir e muito menos efetivar alguém no cargo de treinador. Aqui estou escrevendo o primeiro artigo da minha vida para relembrar aspectos que muitas vezes passam despercebidos e emitir uma opinião extremamente independente em prol daqueles que estão tristes e insatisfeitos com este momento do Esporte Clube Vitória.


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2 COMMENTS

  1. Lembro muito bem Anderson, daquele momento. Os méritos da melhoria do vitória foi do Wesley Carvalho e é ele quem deve assumir o time. Mirem-se no flamengo atual que efetivou o Zé Ricardo e está ai brigando pelo título!!!!!!

  2. Ninguém esqueceu em nenhum momento o futebol que o time do Wesley apresentou. Mas, por puro amadorismo, o desejo de mostrar serviço dessa diretoria, sua concepção ultrapassada de que o que vai fazer o Vitória ficar é um técnico “xerifão” dos anos 2000, supera um pensamento lógico: não há estrago maior do que o que já fizeram. A série A não foi planejada com cautela, para ter peças de reposição e pensar com extrema importância os confrontos diretos. Mancini não deu um padrão para o time, insistiu em um esquema e um modo de jogo que não dava resultado. Não ajustou a defesa passado quase seis meses de competição. Enfim, um técnico que se perdeu na própria teimosia, apesar do belo título que nos deu esse ano.

    Enfim, concordo contigo Anderson, Wesley é o nome para comandar a reta final do Vitória. Até porque com ele há mais garantia para continuar o trabalho ano que vem, independente da divisão que jogaremos. Mas Argel já foi anunciado, Wesley sequer poderá comandar o jogo no Beira-rio. E pensar que Roger Machado era técnico do Novo Hamburgo antes de assumir o Grêmio de Porto Alegre.