O torcedor que acompanha os jogos do Vitória desde à chegada de Vágner Mancini deve se perguntar como o time pode apresentar posturas tão incertas a cada jogo. Antes do retorno do treinador, ao menos, o desastre já era anunciado antes mesmo do apito final.
O mesmo acontece com o período pós-Ivã de Almeida. Quem assiste a série de reformulações, desligamentos e novas contratações promovidas pelo presidente interino Agenor Gordilho, deve pensar que a maré nos bastidores do rubro-negro está, enfim, se acalmando. Mas engana-se.
Embora a aparência de calmaria, ainda há em curso um pedido para a instauração de uma Assembléia Geral Extraordinária (AGE) de sócios para avaliar a denúncia de gestão temerária contra o presidente afastado Ivã de Almeida.
Segundo o presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Catharino Filho, a solicitação está em análise por uma comissão instituída por ele, sendo a segunda última (14) o prazo para a entrega do parecer. Catharino tem até esta terça (15) para definir se acata ou não o pedido. Caso negativo, a decisão fica a cargo do presidente interino, Agenor Gordilho, e posteriormente ao presidente do Conselho Fiscal, Valter Tannus.
Se aceita a denúncia, 3/5 dos presentes à AGE podem tirar de Ivã de Almeida os direitos sobre o Conselho Diretor. Caso isso ocorra, novas eleições para presidência e vice-presidência serão convocadas – de forma direta, como prevê o novo estatuto do clube, 48 horas após a saída de Ivã. O novo pleito ocorrerá 10 dias após a convocação.
Do outro lado do Barradão, as tempestades estão anunciadas em formas de auditorias. Promessas de campanha, as averiguações em torno dos contratos dos departamentos de futebol, jurídico e financeiro das gestões antecessoras são também um motivo para desassossego entre os caciques do clube.
A informação que circula entre os mais chegados aos corredores da Toca do Leão é de que há uma movimentação intensa para que os resultados dessas auditorias sejam retardados e até “abafados”. Mas sendo uma informação oriunda de uma “rádio corredor” que se preze, ninguém a confirma.
Os últimos seis dirigentes do clube estão no Conselho Deliberativo como conselheiros natos. São eles Raimundo Viana, Carlos Falcão, Alexi Portela, Adhemar Lemos Jr., José Rocha e Paulo Carneiro – que tem assento instável por conta de um imbróglio judicial.
Ou seja, mais uma vez um dito popular está correto. Nem tudo que parece, é. E assim como a qualquer momento a calmaria pode se tornar um alvoroço na diretoria rubro-ngra, as incertezas sobre as apresentações da equipe dentro de campo também podem se encerrar. Resta saber se isso, em ambos os casos, terá resultado positivo ou negativo ao Vitória.